ONU pede fundos urgentes para responder a crise humanitária palestiniana
A Organização das Nações Unidas pede urgentemente 3900 milhões de euros para fazer face à devastação em Gaza. Educação e saúde dos mais novos como maior preocupação.
A Organização da Nações Unidas (ONU) pediu, esta quarta-feira, à comunidade internacional que contribua, urgentemente, com 4100 milhões de dólares (cerca de 3900 milhões de euros) para enfrentar a crise humanitária nos territórios palestinianos ocupados.
O apelo foi deixado em conferência de imprensa pelo porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, lembrando que aquele valor é inferior os 6600 milhões de dólares (6283 milhões de euros) necessários para fazer face à devastação causada pelo conflito entre Israel e o Hamas, nomeadamente para acudir às necessidades de 3,3 milhões de cidadãos em Gaza e na Cisjordânia.
Dujarric considerou que os fundos pedidos reflectem também a perspectiva de que Israel mantenha em 2025 "as mesmas limitações inaceitáveis nas operações de ajuda".
Na mesma conferência de imprensa, um dos responsáveis pelo Programa para o Desenvolvimento da ONU, Haoliang Xu, revelou que esteve recentemente nos territórios ocupados e que ficou impressionado com o tipo de devastação que presenciou no terreno.
Entre as preocupações estão as condições de educação e de saúde dos mais novos, assim como a distribuição de alimentos frescos e o estado do sistema hospitalar, "com graves défices de medicamentos e sangue para transfusões".
Da visita ao terreno Haoliang Xu revelou que esteve reunido com funcionários israelitas em Jerusalém e que as autoridades "estão disponíveis para discutir a abertura à entrada de bens que sejam considerados humanitários".
A Faixa de Gaza é cenário de conflito desde 7 de Outubro de 2023, data em que Israel ali declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, horas depois de este movimento islamita ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1200 pessoas, na maioria civis, e raptando mais de duas centenas.
A campanha militar de retaliação lançada por Israel matou pelo menos 44.786 pessoas na Faixa de Gaza, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.