Biden: “É a melhor oportunidade em gerações para os sírios forjarem o seu próprio futuro”

O Presidente dos Estados Unidos prometeu colaborar com “todos os grupos sírios” para garantir a transição do regime de Bashar al-Assad para uma Síria “independente e soberana”.

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O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden RON SACHS / POOL / EPA
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O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse este domingo que os Estados Unidos vão trabalhar com os seus parceiros e outras partes interessadas na Síria para aproveitar a oportunidade e gerir o risco na região.

Numa declaração à imprensa, Biden reconheceu que o momento é de "grande risco e incerteza". Mas disse ser também "a melhor oportunidade em gerações para os sírios forjarem o seu próprio futuro, livre de oposição", chamando a si os méritos do enfraquecimento das forças apoiantes de Bashar al-Assad.

"Durante anos, os principais apoiantes de Assad foram o Irão, o Hezbollah e a Rússia. Na última semana, o apoio deles entrou em colapso – de todos – porque os três estão muito mais fracos hoje do que quando assumi o cargo”, disse o Presidente em funções desde 2021.

Biden assinalou a queda do regime que, pela mão de Hafez al-Assad e, a partir de 1994, de Bashar al-Assad, "brutalizou, torturou e matou centenas de milhares de sírios inocentes". E disse que o líder deposto "deve ser responsabilizado" pelas suas acções.

"A queda do regime é um acto fundamental de justiça. É um momento de oportunidade histórica para o povo sírio, que há muito sofre, construir um futuro melhor para o seu orgulhoso país", disse.

O líder norte-americano acrescentou que os Estados Unidos vão colaborar com "todos os grupos sírios", incluindo no âmbito do processo conduzido pelas Nações Unidas para estabelecer uma transição "do regime de Assad para uma Síria independente e soberana, com uma nova constituição e um governo que sirva todos os sírios".

"Os Estados Unidos farão tudo o que puderem para apoiar, incluindo através de ajuda humanitária, para ajudar a restaurar a Síria após mais de uma década de guerra", garantiu.

Forças dos EUA atacaram alvos do Estado Islâmico na Síria

Biden lembrou que, apesar de estarem a "dizer as coisas certas", os rebeldes responsáveis pelo derrube do regime também têm um passado sombrio. Merecem por isso a cautela dos Estados Unidos, que prometem estar atentos às acções do Hayat Tahrir Al-Sham (HTS), em tempos aliado do Estado Islâmico e da Al-Qaeda. Nesse sentido, o Presidente norte-americano alertou que outros actores regionais, como o Estado Islâmico, podem tentar aproveitar o vazio criado pela queda do regime para ganhar força.

"Não vamos permitir que isso aconteça. Ainda hoje, as forças dos EUA realizaram uma dúzia de ataques de precisão aéreos na Síria, visando campos e agentes do Estado Islâmico”, acrescentou.

De acordo com o Comando Central dos Estados Unidos, as forças deste país realizaram este domingo "dezenas de ataques aéreos" contra alvos do Estado Islâmico no centro da Síria, com o objectivo de impedir que a organização tire partido da situação no país.

Joe Biden disse existirem no horizonte novas oportunidades para o povo sírio e para toda a região, garantindo que os Estados Unidos vão apoiar os vizinhos da Síria, incluindo "a Jordânia, o Líbano, o Iraque e Israel", no caso de surgir "alguma ameaça da Síria durante este período de transição". com Reuters

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