EUA, Espanha, Itália e Grécia fecham embaixadas em Kiev após ameaça de ataque

Norte-americanos vão fornecer minas antipessoais a Kiev. Administração de Joe Biden esforça-se por ajudar Kiev a combater a Rússia nos dois meses de final de mandato.

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Embaixadas encerradas temporariamente após ameaça de ataque aéreo STR / EPA
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Os Estados Unidos, Espanha, Itália e Grécia encerraram temporariamente as embaixadas em Kiev por motivos de segurança, face à possibilidade de um ataque aéreo pelas forças russas ocorrer durante esta quarta-feira.

Em comunicado, a embaixada norte-americana, a primeira a anunciar o encerramento, suscitou a informação de um "potencial ataque aéreo a 20 de Novembro", com os funcionários e restantes norte-americanos que vivem na capital ucraniana a serem aconselhados a manterem-se abrigados.

Avisos semelhantes foram ecoados pelas embaixadas italiana e espanhola, com a última a apontar um "aumento do risco de ataques aéreos na Ucrânia". Já o encerramento da representação grega foi noticiado pelo correspondente da televisão pública ERT em Kiev, Kostas Onisenko, citando razões de segurança. Apesar de os alertas de ataques aéreos em Kiev serem comuns, as embaixadas muito raramente emitem avisos deste tipo.

De acordo com o The New York Times, as forças aéreas ucranianas abateram um drone às 8h locais (6h em Portugal continental). Apesar de este equipamento não ter provocado danos directos, os destroços em chamas resultantes desta neutralização provocaram um incêndio num edifício residencial. Ainda não há dados sobre possíveis vítimas ou feridos.

A ameaça relatada pela embaixada norte-americana surge após a notícia de que os Estados Unidos vão fornecer à Ucrânia minas antipessoais. O objectivo passa por reforçar a defesa do país contra a invasão lançada pela Rússia, de acordo com informação avançada por um dirigente governamental norte-americano. Washington vai enviar para Kiev “minas antipessoais não-persistentes”, equipadas com um dispositivo de autodestruição ou autodesactivação, disse à agência de notícias France-Presse, na terça-feira à noite, a mesma fonte, que não foi identificada.

A decisão de cedência deste armamento foi conhecida horas após fontes do Pentágono terem dito que os Estados Unidos vão enviar para a Ucrânia 275 milhões de dólares (260 milhões de euros) em novas armas, antes de Donald Trump tomar posse como Presidente dos Estados Unidos, a 20 de Janeiro de 2025. A administração de Joe Biden está a apressar-se por fazer o máximo que puder para ajudar Kiev a combater a Rússia nos dois meses que restam ao actual Presidente norte-americano, pois o pacote de ajuda está ainda por aprovar.

A última parcela de ajuda em armamento surge num momento em que crescem as preocupações sobre uma escalada no conflito, com ambos os lados a pressionar para obter qualquer vantagem que possam explorar se Trump exigir um fim rápido para a guerra, tal como o Presidente eleito prometeu fazer.

Ao milésimo dia da invasão da Ucrânia, Kiev disparoumísseis de longo alcance cedidos pelos Estados Unidos contra alvos dentro da fronteira russa. Pelo seu lado, Vladimir Putin actualizou a doutrina nuclear do país, especificando o tipo de ataques que motivam a ponderação de uma resposta com armas nucleares. Serguei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, diz que a "luz verde" dada à Ucrânia para usar os mísseis norte-americanos mostra que os países ocidentais estão interessados em agravar o conflito.

Com estes mísseis de longo alcance cedidos pelos Estados Unidos, a Ucrânia atacou um depósito de armas na região russa de Bryansk. Citado pela agência Reuters, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, admitiu que este ataque com armamento norte-americano podia "provocar uma resposta nuclear, de acordo com a nova doutrina". Com Lusa

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