O primeiro arroz 100% português em 30 anos: o carolino Caravela chega em Janeiro

A primeira variedade de arroz carolino criada em Portugal neste século foi apoiada pelo Continente, que confirma Janeiro para começar a vendê-lo. A marca tem o exclusivo do Caravela por dois anos.

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O Caravela está quase a navegar para as cozinhas portuguesas Rui Gaudêncio
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"A chegada ao mercado da primeira variedade de arroz carolino criado em Portugal nos últimos 30 anos pode ser o arranque de um processo de literacia em matéria de arroz", escrevia Edgardo Pacheco na Fugas em Setembro. O Caravela, desenvolvido no âmbito do Programa Nacional de Melhoramento Genético do Arroz do INIAV/COTArroz, é um resultado de um trabalho de quase duas décadas de investigação, porque, já assinalava Edgardo Pacheco, "desenvolver uma variedade é um processo complexo, oneroso e cheio de riscos". O projecto teve o apoio da Sonae (proprietária do jornal PÚBLICO) e, por isso mesmo, estará à venda em exclusivo nos supermercados Continente, que confirmaram Janeiro de 2025 como data oficial da entrada do Caravela à venda.

O arroz Carolino português contou com o apio do Clube de Produtores do Continente na sua produção, tendo o projecto contado com a parceria da Lusosem ("detentora da semente" e da indústria agro-alimentar Novarroz - o protocolo foi assinado no dia 1 de Outubro, durante o Dia Aberto do COTArroz – Centro de competências do Arroz.

Em comunicado, esta terça-feira, o Continente destaca que "será o primeiro retalhista a comercializar um arroz 100% português, fruto de uma parceria entre investigação, produção, indústria e retalho". "Estamos a valorizar a economia rural e assegurando simultaneamente as melhores práticas agrícolas", diz Ondina Afonso, presidente do Clube de Produtores do Continente, citada em comunicado.

"Tem sido um caminho feito de mãos dadas com a produção, a indústria e a distribuição para que a investigação obtida traga valor acrescentado à fileira do arroz", resume Ana Sofia Almeida, investigadora do INIAV/COTArroz.

Desenvolvido no âmbito do Programa Nacional de Melhoramento Genético do Arroz do INIAV/COTArroz, o carolino Caravela chega "caracterizado pela sua produtividade, resistência a doenças e excelente adaptação às condições do solo e climáticas portuguesas". "A nova variedade é um passo significativo na valorização da agricultura nacional", sublinha-se.

O carolino de "semente 100% portuguesa" será o cabeça-de-cartaz em 2025 de "todas as lojas da marca" Continente. Quanto ao preço por quilo para o consumidor, ainda nada se sabe, até porque a campanha está agora a decorrer, não sendo de esperar que o valor tenha grandes oscilações face ao preço médio dos arrozes carolinos que estão no mercado.

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