Capital Canibal: salsichas-marionetas, punk, canto lírico e o capitalismo triturador
Inserida no FIMP, esta distopia do Teatro de Ferro e da Sonoscopia convoca o canibalismo para reflectir sobre como estamos “obrigados a consumir-nos a nós próprios”. Este fim-de-semana no Rivoli.
Neste espectáculo, as protagonistas são salsichas. E líderes políticos (enchidos que subiram ao topo da pirâmide social) gritam “viva a guerra!” perante plateias entusiásticas. E o canibalismo torna-se prática comum. E há canto lírico de um lado do espectro musical e punk industrial e apocalíptico do outro. Capital Canibal, que se estreia este fim-de-semana na sala de ensaios do Teatro Rivoli, no Porto (uma apresentação neste sábado e duas no domingo), é o resultado de mais uma colaboração entre o Teatro de Ferro e a Sonoscopia. E é uma vertiginosa manta de retalhos que, inserida nos primeiros dias da 35.ª edição do Festival Internacional de Marionetas do Porto (FIMP), propõe uma reflexão sobre como, no grande palco capitalista onde quotidianamente ensaiamos as nossas vidas, vamos todos sendo triturados — pelo trabalho, pelas máquinas —, como pequenas salsichas.
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