China: indicadores económicos apontam para necessidade de mais estímulos

Actividade na indústria chinesa registou pelo quinto mês consecutivo um valor que aponta para uma contracção. Estado deverá avançar para emissão de dívida extraordinária para apoiar consumo.

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Economia chinesa está com dificuldade em evitar crise WU HAO / EPA
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Uma semana depois de o banco central chinês ter lançado o pacote de estímulos mais agressivo desde o início da pandemia, a economia chinesa voltou a mostrar, nos indicadores divulgados sobre o ritmo de actividade na indústria e nos serviços, sinais de fraqueza que podem vir a exigir o lançamento de novas medidas pelas autoridades, se estas quiserem garantir a concretização dos seus objectivos de crescimento.

De acordo com os dados da actividade na indústria e nos serviços publicados esta segunda-feira pelas autoridades estatísticas chinesas, os dois sectores continuaram, durante o mês de Setembro, numa fase de contracção. O indicador PMI até subiu ligeiramente, de 49,1 pontos em Agosto para 49,8 pontos em Setembro, mas manteve-se, pelo quinto mês consecutivo, abaixo dos 50 pontos, o que significa uma contracção.

Estes indicadores vêm confirmar a dificuldade que a economia chinesa revela actualmente em regressar a taxas de crescimento mais elevadas, algo que está a colocar o país em risco de não só não cumprir a meta das autoridades de um crescimento de 5% este ano, mas de entrar também numa espiral deflacionista prolongada.

É por isso que, neste momento, se assiste em Pequim a uma tentativa de, com o lançamento de pacotes de estímulo significativo, estimular a procura interna. Na semana passada, o banco central chinês apresentou um conjunto de medidas que incluiu descidas de taxas de juro e incentivos à concessão de crédito por parte dos bancos, avançando com a política monetária mais expansionista desde o início da pandemia de covid-19 e prometendo que pode ir ainda mais longe nos próximos meses.

Os mercados reagiram a estas medidas positivamente, com subidas nos principais índices bolsistas. No entanto, só o apoio do banco central pode não ser suficiente, e os dados publicados esta segunda-feira comprovam-no.

A expectativa generalizada nos analistas é a de que uma política orçamental mais expansionista tenha também de entrar em cena. Vários órgãos de comunicação social avançaram que Pequim está a preparar uma emissão extraordinária de dívida pública de dois biliões de yuans (o equivalente a cerca de 260 mil milhões de euros) para financiar a concessão de subsídios ao consumo e ajudar os governos locais e regionais a fazer face aos seus compromissos.

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