Veterinários querem ajudar nos incêndios e pedem integração na Protecção Civil

Para “minimizar” impacto das catástrofes, bastonário da Ordem dos Veterinários avançou que o pedido será enviado ao Ministério da Administração Interna e ao Ministério da Agricultura.

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Um homem transporta uma ovelha às costas durante um incêndio em Julho de 2022 PAULO CUNHA / arquivo
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Com o fogo a consumir milhares de hectares sobretudo no Centro e Norte do país, Pedro Fabrica, bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) pediu, esta quinta-feira, a integração de veterinários na Protecção Civil e nos planos de contingência, sublinhando que os profissionais da área estão disponíveis para prestar o apoio necessário.

“Deve haver médicos veterinários na Autoridade de Emergência e Protecção Civil”, defendeu Pedro Fabrica em entrevista à Antena 1. No entender de Pedro Fabrica, é "extremamente importante" que os veterinários integrem esse dispositivo porque os animais vêm "por arrasto" em situações de emergência e não são considerados uma prioridade.

"Não estão identificados pontos de segurança, não está explícito quem deve actuar ou onde é que podem ir buscar ajuda", ilustra. A "organização popular" acaba por colmatar as falhas e Pedro Fabrica reconhece-lhe os benefícios, mas sublinha que "é pouco eficiente".

Noutra entrevista, desta vez à TSF, o bastonário disse que é necessário "preparar da melhor forma para minimizar os impactos negativos das catástrofes" e, por isso, avançou que o pedido será enviado ao Ministério da Administração Interna e ao Ministério da Agricultura.

Em paralelo, Pedro Fabrica referiu importância de se criarem planos de contingência para o resgate animal. Entre as principais prioridades estão "o cuidado médico veterinário, o alojamento imediato", mas também o planeamento das fases posteriores às catástrofes naturais. "Por exemplo, no caso dos ruminantes, que precisam de pastagem que está queimada depois de um incêndio, os produtores não têm capacidade de os alimentar, nem garantir que haja aqui um acumular de alimento para dois ou três meses", afirma, em declarações à Antena 1.

O representante da OMV sublinhou ainda que "dar prioridade à vida humana não significa deixar os animais para trás". Nesse sentido, lembrou o que se deve fazer em caso de incêndio: "Agarrar os animais de companhia, ao colo, porque são mais fáceis" e, no caso dos animais de gado, "abrir as portas dos sítios onde estão e deixá-los escapar pelos seus meios".

Face à situação que o país vive de momento, a Ordem dos Veterinários está a oferecer ajuda aos municípios afectados pelos incêndios, fazendo a uma avaliação precisa das necessidades no terreno.

O pedido de integração de um dispositivo veterinário na Protecção Civil já tinha sido feito em 2018, com Jorge Cid como bastonário. Apesar da aparente receptividade do na altura secretário de Estado da Protecção Civil, José Artur Neves, nada aconteceu.

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