O Canil Intermunicipal da Associação de Municípios das Terras de Santa Maria, em Oliveira de Azeméis, conseguiu retirar segunda-feira os seus 170 cães para acolhimento temporário noutros locais antes de o fogo chegar a Ossela, onde ameaçou várias casas.
Segundo revelou esta terça-feira fonte da estrutura que acolhe animais errantes de seis concelhos do distrito de Aveiro — Azeméis, Arouca, Espinho, Santa Maria da Feira, São João da Madeira e Vale de Cambra — foi bem-sucedido o apelo dirigido segunda-feira à tarde à população, no sentido de que disponibilizasse coleiras, trelas e apoios para o transporte dos referidos cães, assim permitindo agilizar o plano de evacuação desse equipamento.
"O canil intermunicipal foi totalmente evacuado com a colaboração da comunidade civil e de associações locais e regionais. Os nossos patudos estão salvaguardados graças ao esforço colectivo de todos", afirma a referida fonte.
A todos os cidadãos particulares e às 15 entidades que recolheram os 170 animais, o canil cedeu ração para vários dias de acolhimento temporário. Alguns dos cães foram mesmo adoptados, de acordo com processos que já estavam em curso e que foram antecipados apenas alguns dias para garantir a segurança dos animais.
A Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis não esteve disponível para prestar informações sobre a evolução do incêndio que lavra desde domingo à tarde no concelho, mas a secretária da Junta da União de Freguesias de Macinhata, Oliveira de Azeméis, Ul, Santiago de Riba-Ul e Madaíl explicou que, durante a noite, o fogo acalmou no seu território, embora avançando para outras localidades.
"A noite em Macinhata foi mais tranquila. O fogo junto às casas sossegou e depois passou para a parte florestal, seguindo para Ossela e Vilarinho de São Luís", declarou à agência Lusa, sobre o alastrar do incêndio para povoados respectivamente nas freguesias de Ossela e Palmaz.
Pelo menos três pessoas morreram e duas outras ficaram feridas com gravidade nos incêndios de Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha e Sever do Vouga, todos no distrito de Aveiro. Foram destruídas mais de 20 casas na região, evacuadas várias estruturas públicas e cortadas diversas estradas e auto-estradas, como a A1, a A25, a A13, a EN109 e o IC2.
No total do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto, até segunda-feira à noite já tinham ardido pelo menos 10 mil hectares.
Com o alerta de risco de incêndios alargado até quinta-feira, o Governo também anunciou a criação de uma equipa multidisciplinar para lidar com as consequências dos incêndios dos últimos dias, com sede em Aveiro.
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