Chegou a hora do arroz

Somos os maiores comilões de arroz na Europa, mas damos pouca importância às variedades em si. Agora, que teremos primeira variedade portuguesa de carolino, vale a pena reflectir sobre o sector.

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O Arroz Caravela nas mãos do chef Vitor Sobral Catarina Póvoa
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É o grande mistério da nossa gastronomia. Os portugueses conseguem falar durante horas sobre vinhos, sardinhas e pastéis de nata. Dão uns toques em matéria de queijos, enchidos ou mariscos. Seguem programas de culinária na televisão, acompanham o trabalho de alguns chefes e fazem listas de restaurantes para aos amigos. Mas, o que é que acontece quando chega um prato de arroz à mesa? Que comentários fazemos ao arroz em si? Que conversa conseguimos manter além de gosto, não gosto ou mais ou menos? Estranho, não é? E, todavia, somos os maiores comedores de arroz per capita na Europa (18kg), a grande distância da média europeia (5kg). E, todavia, em Portugal semeiam-se, regularmente, doze variedades de arroz todos os anos em quase 30 mil hectares. E, todavia, conseguimos, pelo facto de sermos um país atlântico, produções de qualidade que outros povos conhecedores de arroz desejariam ter. A nós, portugueses, serve-nos bem o ditado do bacalhau adaptado: “para quem é, arroz basta”. O carolino é da variedade Ariete? É Teti? É Leonardo? É Ronaldo? Isso pouco interessa. É arroz e siga a Marinha.

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