Foi noite das estrelas da televisão. A 76.ª edição dos Emmys distinguiu o que de melhor se fez na televisão no último ano, mas a festa também foi da moda. Na passadeira vermelha, antes da cerimónia no Peacock Theater, em Los Angeles, as celebridades apostaram no preto com algum brilho à mistura, mas sem arriscar muito. Mas, por vezes, jogar pelo seguro pode não ser mau.
Esta era a segunda edição dos Emmys neste ano ─ tradicionalmente a cerimónia é sempre em Setembro, mas os prémios de 2023 só foram entregues em Janeiro deste ano, culpa da greve dos argumentistas e depois do mesmo protesto dos actores. Mas nem por isso havia menos entusiasmo no ar, em particular na passadeira vermelha, onde as celebridades mais esperadas eram os nomeados.
E havia claros favoritos, como os protagonistas de The Bear, que têm sido aclamados não só no ecrã, como também na moda. Jeremy Allen White, que é um dos rostos da Calvin Klein, elegeu um clássico smoking preto da marca, enquanto Ayo Edebiri apresentou-se numa versão mais descontraída com um modelo em lantejoulas laranja da Bottega Veneta, que trouxe cor à monocromática passadeira vermelha.
Entre os mais ansiados da noite estavam também os actores de Baby Reindeer, que conta a história “verdadeira” dos encontros do humorista com uma perseguidora. Richard Gadd e Jessica Gunning não posaram juntos para os fotógrafos, apesar de, nas entrevistas da passadeira vermelha, ambos se terem confessado impressionados com o sucesso da série. Gadd homenageou as raízes escocesas com um fato de kilt assinado pela Loewe, enquanto Gunning seguiu a máxima do serão: um vestido de veludo azul-escuro com flores de um azul mais claro nos ombros.
Igualmente ansiada era a chegada de Selena Gomez, nomeada pela primeira vez para um Emmy com Homicídios ao Domicílio. Para a noite de estreia, a actriz seguiu o conselho clássico: “com preto, não me comprometo”. Assim, optou por um vestido elegante Ralph Lauren em veludo preto com pedraria na zona do decote estilo halter ─ o corte, a pôr a nu as costas da cantora, salvou o vestido de se tornar enfadonho. Contudo, há um detalhe do visual que está a movimentar a Internet: um suposto anel de noivado na mão esquerda, adensando os rumores de que estará noiva do produtor musical Benny Blanco.
Numa era em que tanto se fala de cancelamento nas redes sociais, o preto pode ser uma estratégia fácil para atingir a elegância exigida por uma passadeira vermelha, sem arriscar ser um meme na manhã seguinte, ainda que tipicamente este tipo de evento seja uma oportunidade exímia para as casas de moda mostrarem as suas melhores (e mais peculiares) criações.
Contudo, é com os vestidos pretos que a qualidade de corte e da confecção ganha uma importância redobrada. Entre os vencedores da noite na categoria de “pequeno vestido preto”, destaca-se Elizabeth Debicki, que deu vida à princesa Diana em The Crown e levou a elegância da realeza num modelo clássico da Dior, estilo New Look. Também Reese Witherspoon optou pela mesma casa francesa, mas com um modelo em tule preto com bordados florais aplicados.
Mantendo o preto, outros modelos foram mais arrojados como o de Quinta Brunson de Abbott Elementary. Em tafetá preto, o vestido de alta-costura Georges Chakra de corte sereia distinguia-se pelos grandes laços na zona da cintura e da saia. Já o de Nicole Beharie, assinado pela Chanel, jogava com as texturas de preto num tecido brocado de veludo, a fazer lembrar as camélias que são simbolo da marca, com um laço na zona do decote ombro a ombro.
A Chanel foi, ainda, responsável pelo vestido de Brie Larson, como já vem sendo hábito ─ as celebridades vão criando relações com as casas de moda e algumas são mesmo suas embaixadoras. A protagonista de Lições de Química usou um vestido azul-escuro de saia rodada com um top peplum adornado com delicada pedraria. A completar: um laço na cintura.
Brilhos e alguma cor
Mas nem só de preto de fez a noite com os brilhos e metalizados a imporem-se. A Oscar de La Renta foi uma das casas favoritas da noite, assinando o vestido de Jennifer Aniston, de corte esguio e coberto totalmente de pérolas e pedraria, ou o de Catherine O’Hara com motivos de rosas “cristalizadas”, detalha a marca, que vestiu ainda Kristen Wiig num vestido metalizado verde de corte princesa.
Na categoria dos brilhos, há quem tenha cintilado, mas de forma mais discreta, como Dakota Fanning num Armani Privé cravejado de pérolas ou Gillian Anderson com um metalizado Emilia Wickstead.
Pelo contrário, Nicola Coughlan iluminou a passadeira vermelha com um modelo Prabal Gurung, que adicionava uma saia lápis a um minivestido estruturado de lantejoulas, em dois volumes quase independentes. A estrela de Bridgerton foi também uma das celebridades a usar o alfinete de peito do movimento Artists4ceasefire, que exige o cessar-fogo imediato na faixa de Gaza.
@gma Dearest reader, #Bridgerton star Nicola Coughlan has arrived to the #EmmyAwards ? original sound - Good Morning America
Além do elegante negro e dos festivos brilhos, poucas celebridades arriscaram na cor, mas Da'Vine Joy Randolph surpreendeu com um modelo amarelo néon Sophie Couture de corte assimétrico com um capuz, tal como Juno Temple num vestido laranja acetinado Roberto Cavalli vintage.
Num tom mais discreto, mas visualmente impactante, Naomi Watts usou um vestido de cetim verdade da Balenciaga. A peça estava amarrotada, o que se podia pensar ser um descuido da actriz, mas é parte da identidade estética do controverso director criativo Demna Gvasalia.
Na galeria de imagens, acompanhe o desfile de celebridades na 76.ª edição dos Emmys.