Operação Pretoriano: FC Porto exige cinco mihões de euros a arguidos

Clube é assistente no processo e deduziu pedido de indeminzação. Valor diz apenas respeito aos actos de violência na Assembleia-Geral extraordinária, podendo existir novo pedido sobre a bilhética.

Foto
Fernando Madureira celebra título do FC Porto FERNANDO VELUDO / LUSA
Ouça este artigo
00:00
02:10

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

O FC Porto exige um pedido de indemnização de cinco milhões de euros aos arguidos da Operação Pretoriano pelos actos de violência que determinaram o adiamento da Assembleia-Geral (AG) de Novembro passado.

O PÚBLICO apurou que este valor diz apenas respeito aos actos da AG, sendo que o Ministério Público investiga separadamente um alegado esquema de venda de bilhetes liderado por Fernando Madureira, líder dos Super Dragões, na Operação Bilhete Dourado. A direcção liderada por André Villas-Boas iniciou uma auditoria para investigar as perdas que este sector terá originado ao clube, podendo também exigir uma indemnização aos arguidos deste segundo processo.

Além do pedido de indemnização, o FC Porto aderiu formalmente à acusação do Ministério Público. Fernando Madureira, antigo líder dos Super Dragões, claque do FC Porto, foi acusado pelo Ministério Público de 31 crimes, incluindo 19 de coacção agravada.

De acordo com a investigação, a claque Super Dragões pretendeu criar um clima de intimidação e medo, de modo a permitir a aprovação de uma revisão estatutária que beneficiaria a direcção de Jorge Nuno Pinto da Costa e dificultaria a eleição de André Villas-Boas. Ainda não era candidato oficial à presidência do clube, mas o ex-treinador perfilava-se como o candidato mais forte para destronar o histórico dirigente.

Milhares de sócios deslocaram-se ao Estádio do Dragão e rapidamente esgotaram o auditório que acolheria a AG. Os trabalhos foram depois transferidos para o Dragão Arena, pavilhão dos "dragões". Apesar de a reunião ser apenas para associados portistas, vários elementos dos Super Dragões terão conseguido aceder aos locais da AG sem serem sócios do FC Porto. O Ministério Público diz que foram roubadas e distribuídas ilegalmente as pulseiras que davam acesso ao local.

A contestação a Pinto da Costa atingiu um nível inédito após a noite de violência, com vários associados a criticar a passividade do dirigente perante as agressões. André Villas-Boas acabaria por avançar com uma candidatura à presidência três meses depois, vencendo o acto eleitoral contra Pinto da Costa com mais de 80% dos votos.

Além do pedido de indemnização conhecido esta quinta-feira, o FC Porto tinha já anunciado a abertura de processos disciplinares aos sócios "azuis e brancos" investigados na Operação Pretoriano.

Sugerir correcção
Ler 10 comentários