EUA garantem que defenderão Israel em caso de ataque do Irão

Washington diz que a ameaça de ataque a Israel pelo Irão e seus aliados regionais persiste. EUA mantêm dois porta-aviões e um esquadrão adicional de caças F-22 no Médio Oriente.

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Cartaz do líder do Hamas Ismail Haniyeh, assassinado em Julho, e do comandante das forças iranianas Quds, Ghasem Soleimnai em Teerão ABEDIN TAHERKENAREH / EPA
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Os Estados Unidos continuam empenhados em defender Israel de qualquer ataque do Irão, reiterou esta terça-feira o porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby. Ao canal 12 israelita, o responsável norte-americano garantiu que a Casa Branca leva a sério as declarações iranianas, apesar de ser difícil de prever se e quando um ataque ocorrerá.

"Acreditamos que ainda estão posicionados e prontos para lançar um ataque se quiserem fazê-lo, e é por isso que temos esta postura de força acrescida na região", referiu. "A nossa mensagem para o Irão é consistente, tem sido e continuará a ser consistente. Primeiro, não há razão para uma escalada. Não há razão para começar uma guerra regional. E, segundo, vamos estar preparados para defender Israel se as coisas chegarem esse ponto".

Depois do assassinato de Ismail Haniyeh, líder político do Hamas, em Teerão, no final de Julho, o Irão prometeu uma resposta severa ao ataque, que atribuiu a Israel (que não confirmou nem negou o seu envolvimento).

O ataque foi um dos vários que mataram figuras de topo do Hamas ou do movimento libanês Hezbollah no espaço de poucas semanas, alimentando a preocupação de que a guerra em Gaza entre Israel e grupos palestinianos se esteja a transformar num conflito regional que se estende desde o mar Vermelho até à fronteira Líbano-Israel e mais além.

Desde aí que os Estados Unidos mantêm dois porta-aviões e navios adicionais no Médio Oriente, bem como um esquadrão extra de caças F-22.

Kirby disse que estes grupos de ataque vão permanecer no Médio Oriente "enquanto sentirmos que é necessário, para ajudar a defender Israel e defender as nossas tropas e instalações na região".

Na entrevista que deu ao canal israelita, Kirby fez ainda um ponto de situação do cessar-fogo em Gaza, mas recusou-se a culpar uma das partes pelo impasse, afirmando que um acordo exigirá compromisso e liderança por parte de Israel e do Hamas. "As partes continuam empenhadas e isso é bom", afirmou. " O facto de termos passado para outro nível, com grupos de trabalho agora em Doha, não é uma coisa má. Significa que as partes continuam a falar. Significa que ainda há esperança de que possamos acertar estes últimos pormenores e avançar".

Esta semana, também o Departamento de Defesa dos EUA afirmou que persiste a ameaça de um ataque a Israel pelo Irão e seus aliados regionais, após um fim-de-semana marcado por bombardeamentos do Hezbollah libanês em território israelita. “Acreditamos que persiste uma ameaça de ataque e continuamos em condições de apoiar a defesa de Israel e de proteger as nossas forças caso sejam atacadas”, informou o porta-voz do Pentágono Pat Ryder.

O Hezbollah realizou no domingo um vasto ataque com rockets e drones contra instalações militares no norte de Israel, que, por sua vez, asseguram ter frustrado preventivamente alguns outros ataques.

O movimento islamita libanês Hezbollah - aliado do Hamas palestiniano e do Irão - alegou que agiu em resposta à morte de um dos seus líderes militares, Fuad Shokr, que a 30 de Julho foi vítima de um ataque israelita perto de Beirute.

Pat Ryder garantiu que os Estados Unidos não estiveram envolvidos em quaisquer ataques preventivos israelitas ou em operações de defesa aérea, mas que se limitaram a "fornecer serviços de informações, vigilância e reconhecimento".