Laurissilva da Madeira: os milhões dos turistas e a memória ecológica vão-se em fumo

A Laurissilva atrai os turistas e o seu dinheiro, mas parece ser encarada pelo poder regional como pouco mais do que um recurso explorado de forma extrativa, daqueles em que não se investe o mínimo.

Ouça este artigo
00:00
04:15

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

O incêndio que começou na passada quarta-feira, dia 14 de agosto, na Madeira, tornou-se imenso e consumiu já uma parte importante de floresta Laurissilva. Esta floresta exclusivamente insular, no contexto da Europa, é original e valiosa por várias e importantes razões. É um tipo de floresta-relíquia, que retém muitas espécies e caraterísticas ecológicas das antigas florestas tropicais que se estendiam em redor da região do atual mar Mediterrâneo entre vinte e três milhões de anos atrás. Convulsões geológicas e climáticas violentas posteriores destruíram-na no continente europeu e deram vez à vegetação mediterrânica e que conhecemos. Mas a Laurissilva sobreviveu protegida, um pouco modificada, nas ilhas dos Açores, Madeira, Canárias. A sua evolução isolada deu origem também a muitas espécies absolutamente exclusivas, ditas “endémicas”. Por isso, a Laurissilva da Madeira foi classificada como Património Mundial Natural da UNESCO em dezembro de 1999.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.