Laurissilva da Madeira: os milhões dos turistas e a memória ecológica vão-se em fumo

A Laurissilva atrai os turistas e o seu dinheiro, mas parece ser encarada pelo poder regional como pouco mais do que um recurso explorado de forma extrativa, daqueles em que não se investe o mínimo.

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O incêndio que começou na passada quarta-feira, dia 14 de agosto, na Madeira, tornou-se imenso e consumiu já uma parte importante de floresta Laurissilva. Esta floresta exclusivamente insular, no contexto da Europa, é original e valiosa por várias e importantes razões. É um tipo de floresta-relíquia, que retém muitas espécies e caraterísticas ecológicas das antigas florestas tropicais que se estendiam em redor da região do atual mar Mediterrâneo entre vinte e três milhões de anos atrás. Convulsões geológicas e climáticas violentas posteriores destruíram-na no continente europeu e deram vez à vegetação mediterrânica e que conhecemos. Mas a Laurissilva sobreviveu protegida, um pouco modificada, nas ilhas dos Açores, Madeira, Canárias. A sua evolução isolada deu origem também a muitas espécies absolutamente exclusivas, ditas “endémicas”. Por isso, a Laurissilva da Madeira foi classificada como Património Mundial Natural da UNESCO em dezembro de 1999.

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