Incêndio na Madeira mantém duas frentes activas. Já arderam mais de 7 mil hectares

Incêndio ainda lavra nas zonas altas da Encumeada e do Paul da Serra, descendo em direcção à Ponta do Sol. Pelas 12h30, estavam no terreno 150 bombeiros, 40 viaturas e um meio aéreo.

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Imagem do fogo na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, em Câmara de Lobos, Madeira HOMEM DE GOUVEIA / LUSA
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DRONE ILHA DA MADEIRA / VIA REUTERS
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O incêndio que está a lavrar na ilha da Madeira desde quarta-feira continua com duas frentes activas nas zonas da Encumeada e do Paul da Serra, que estão a causar "alguma preocupação" às autoridades no terreno. De acordo com dados actualizados esta segunda-feira pelo Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), terão ardido 7205 hectares nos últimos dias.

Segundo disse António Nunes, presidente da Protecção Civil da Madeira em directo para a SIC Notícias por volta das 9h desta segunda-feira, o incêndio ainda lavra nas zonas altas da Encumeada ​(Ribeira Brava), e na zona do Paul da Serra, descendo agora uma encosta em direcção à Ponta do Sol. Os operacionais no terreno estão, nesta altura, a fazer uma "avaliação para ver qual é a melhor metodologia a adoptar durante o dia".

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Num ponto de situação enviado por e-mail, a Protecção Civil refere que, pelas 12h30, estavam no terreno mais de 40 veículos de combate a incêndios, 150 operacionais e um meio aéreo. "Às 12h ocorreu um reacendimento no Curral das Freiras. No concelho de Câmara de Lobos, na zona do Jardim da Serra, mantém-se vigilância activa", refere a autoridade, que pede à população que evite "deslocações às áreas afectadas, pela sua segurança e para garantir uma operação de combate mais eficaz e segura para as equipas que estão no terreno".

Nas primeiras horas da manhã, existam cerca de 80 operacionais no terreno, apoiados por 25 viaturas. A estes bombeiros juntaram-se a "força operacional conjunta que veio do continente, juntamente com o pessoal que veio dos Açores". "Estas equipas vão reforçar todo o contingente que está no terreno, nas zonas que forem mais adequadas e que forem mais necessárias para prestar o auxílio", referiu esta manhã António Nunes.

"Não tivemos nenhuma casa ou aglomerado habitacional que estivesse a ser ameaçado pelo fogo. Temos feito evacuação preventiva por causa da inalação de fumos", apontou. A Protecção Civil deverá fazer um novo ponto de situação pelas 19h.

António Nunes fez também um comentário às críticas de que foi alvo Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira, por não ter aceitado a ajuda do Governo central mais cedo.

"Numa fase inicial do incêndio, tínhamos muito mais meios disponíveis do que aqueles que colocámos no terreno. Não os colocámos por uma questão de economia de esforço e porque não havia condições mínimas para que pudessem operar", apontou o responsável da ProCiv. " Se colocássemos mais elementos, seria para servirem – desculpem o termo – de meros espectadores. São zonas de vales encaixados muito íngremes, onde não é possível os bombeiros actuarem a pé ou com ajuda das viaturas."

E sublinhou ainda que as autoridades não esgotaram a capacidade de meios que a região autónoma da Madeira tem para fazer face a uma situação "com esta tipologia e com esta dimensão". "Neste momento, os meios que temos são os adequados e suficientes para fazermos face àquilo com que nos estamos a deparar", apontou. "Há corporações de bombeiros na região que têm meios disponíveis e dos quais, se for necessário, nos podemos socorrer para ampliar a nossa capacidade de ataque a esta situação".

A Polícia Judiciária está a investigar "desde o início" a origem do incêndio. "Estamos a investigar e desde o início, em que fomos para o local", referiu à Lusa fonte policial. Escusando fornecer pormenores, a fonte indicou apenas que o Departamento de Investigação Criminal da Madeira "está a desenvolver as diligências de investigação que são normais neste tipo de situações".

Fogo extinto na Serra de Água e Câmara de Lobos

Entretanto, o presidente do município de Câmara de Lobos, Leonel Silva, avançou esta manhã que o incêndio naquela zona estava praticamente extinto. “No caso de Câmara de Lobos, temos a situação controlada, o fogo praticamente extinto e em vigilância, pois a qualquer momento pode ocorrer algum reacendimento. Já desmobilizámos algum dispositivo para poder ser reafectado para outras necessidades”, adiantou.

De acordo com o autarca, durante esta segunda-feira vai ser reavaliado o regresso das pessoas às suas casas na Fajã das Galinhas. “Vou também tentar perceber como está o fogo no concelho vizinho da Ribeira Brava, porque havia uma zona activa que fazia fronteira com uma área de Câmara de Lobos”, disse.

Também a presidente da Junta de Freguesia de Ribeira Brava avançou que o fogo na freguesia de Serra de Água está extinto e as pessoas retiradas no domingo têm estado a regressar às suas casas. “O fogo está extinto, não há frentes activas que se veja e a situação está agora em vigilância”, afirmou Albertina Ferreira à agência Lusa, ao início da manhã. A autarca adiantou que se aguarda agora para “começar o processo de limpeza e talvez a criação de um gabinete de crise”, estando a aguardar instruções.

O incêndio deflagrou na quarta-feira no concelho da Ribeira Brava e as chamas atingiram depois os de Câmara de Lobos e da Calheta. O fogo mantinha, ao final da tarde de domingo, três frentes activas, segundo anunciou o presidente do governo regional numa conferência de imprensa para balanço da situação pelas 19h.

As 160 pessoas retiradas das suas residências têm todas as “condições mínimas de conforto e estão acompanhadas do ponto de vista médico e social”, disse. Às 19h estavam a combater o incêndio 195 operacionais nos concelhos afectados, apoiados por 38 viaturas e pela aeronave existente na região, incluindo os 76 elementos da força conjunta da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil que chegaram à Madeira durante a madrugada.

Durante o dia, os bombeiros concentraram-se na Serra de Água, uma das três frentes que estiveram activas (as outras foram Curral das Freiras e Fajã das Galinhas, no concelho de Câmara de Lobos) e a que causou mais preocupação no domingo. Com Lusa

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