Cinco acusados no caso da morte de Matthew Perry, estrela de Friends

Actor estava a ser tratado com doses excessivas de cetamina, que contribuíram para a sua morte. Autoridades acusam assistente pessoal, médicos e traficantes de se aproveitarem da fragilidade de Perry.

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Matthew Perry morreu em Outubro de 2023 em Los Angeles. Tinha 54 anos Mario Anzuoni / REUTERS
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Cinco pessoas foram acusadas, e duas delas detidas esta quinta-feira, no âmbito da investigação criminal à morte de Matthew Perry, estrela da série televisiva Friends. A procuradoria norte-americana suspeita do envolvimento de uma "vasta rede criminosa subterrânea" no fornecimento de doses excessivas de cetamina ao actor de 54 anos, que morreu em Outubro, na sua casa em Los Angeles.

"Estes suspeitos aproveitaram-se dos problemas de dependência do Sr. Perry para se enriquecerem", declarou o procurador Martin Estrada, citado pela imprensa anglófona. "Eles sabiam que o que estavam a fazer representava um grande perigo para o Sr. Perry, mas fizeram-no à mesma", acusou.

Três dos acusados já se declararam culpados. Um deles é Kenneth Iwamasa, assistente pessoal do actor americano de origem canadiana. Outros dois, um médico e uma mulher conhecida como "Rainha da Cetamina", foram detidos pelas autoridades.

Perry estaria a consumir cetamina no quadro de uma terapia para controlar os seus conhecidos problemas de toxicodependência. O recurso à cetamina neste contexto, bem como para o controlo de sintomas depressivos, tem-se tornado comum nos Estados Unidos e não, por si só, perigoso. No entanto, terão sido fornecidas e administradas ao actor doses excessivas da substância, cujo uso se encontra fortemente regulamentado, e cujo abuso é potencialmente fatal.

A acusação indica que Iwamasa forneceu a Perry cetamina no valor de mais de 50.000 dólares nas semanas anteriores à morte do actor. "Quero ver quanto é que este imbecil vai pagar", terá escrito numa mensagem de telemóvel Salvador Plasencia, um dos médicos acusados no caso. Nos derradeiros quatro dias de vida, Perry consumiu 27 doses da substância.

Para além dos crimes relacionados com o fornecimento da cetamina, e da sua eventual responsabilização pela morte de Perry, os suspeitos são ainda acusados de tentar destruir provas das suas acções.

A morte de Perry foi oficialmente atribuída ao consumo excessivo de cetamina e, de forma secundária, ao afogamento acidental na banheira de hidromassagem onde o seu corpo foi encontrado, bem como à doença cardíaca de que sofria e aos efeitos secundários do uso prolongado, no passado, de outras substâncias para o tratamento de toxicodependência. Mas nenhuma substância para além da cetamina foi detectada no corpo do actor.

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