Simone Biles e a equipa vestiram mais de 40 mil cristais para vencer o ouro em Paris

A equipa norte-americana de ginástica tornou-se conhecida pelos brilhantes uniformes que, desta vez, foram inspirados pela alta-costura francesa.

Paris 2024 Olympics - Artistic Gymnastics - Women's All-Around Final - Bercy Arena, Paris, France - August 01, 2024. Simone Biles of United States celebrates with her national flag after winning gold with bronze medallist Sunisa Lee of United States REUTERS/Paul Childs TPX IMAGES OF THE DAY
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Simone Biles e Sunisa Lee na final desta quinta-feira REUTERS/Paul Childs
Paris 2024 Olympics - Artistic Gymnastics - Women's Team Final - Bercy Arena, Paris, France - July 30, 2024. Simone Biles of United States, Jordan Chiles of United States, Jade Carey of United States, Sunisa Lee of United States and Hezly Rivera of United States celebrate after winning gold. REUTERS/Amanda Perobelli
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A equipa norte-americana de ginástica REUTERS/Amanda Perobelli
epa11502301 (L-R) Jordan Chiles, Hezly Rivera, Jade Carey, Simone Biles and Sunisa Lee of USA pose for photos at the Women's Qualification of the Artistic Gymnastics competitions in the Paris 2024 Olympic Games, at the Bercy Arena in Paris, France, 28 July 2024. EPA/ANNA SZILAGYI
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Jordan Chiles, Hezly Rivera, Jade Carey, Simone Biles e Sunisa Lee EPA/ANNA SZILAGYI
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A nona medalha olímpica de Simone Biles chegou nesta quinta-feira no all-around de ginástica em Paris. O brilho do ouro quase era ofuscado pelo maiô coberto em cristais Swarovski. A equipa norte-americana de ginástica brilhou (literalmente) nestes Jogos Olímpicos com mais de 47 mil cristais a cobrirem os fatos nas cores da bandeira dos EUA.

“Quanto mais cristais, quanto mais impacto, mais se fala dos fatos”, declara a designer Jeanne Diaz, da GK Elite, responsável pelos fatos das ginastas americanas, ao The New York Times. E os cristais não são apenas um elemento estético, mas, quando bem colocados, “podem acentuar a rotina das ginastas”, defende a criadora, que se orgulha de vestir a ginasta mais bem-sucedida de sempre e as colegas de equipa: Sunisa Lee, Jordan Chiles, Jade Carey e Hezly Rivera.

Uma parte dos mais de 47 mil cristais foi aplicada manualmente na fábrica da empresa familiar na Pensilvânia. Cada um dos maiôs custa cerca de cinco mil dólares (mais de 4600 euros), confirmou a marca à revista Women’s Wear Daily. Entre os fatos mais aclamados está o repleto de estrelas que a equipa usou no segundo dia de provas na Arena Bercy, em Paris, ou de Simone Biles na final desta quinta-feira, que mimetizava o formato de um corpete, detalhado em dez mil cristais, com as estrelas da bandeira americana a figurar no decote em V.

Já Sunisa Lee brilhou na prova final com um fato mais recatado, mas igualmente original, que homenageava tanto a bandeira francesa, como a americana, com os mais de cinco mil cristais a recriarem detalhes de renda, impressos também na zona das mangas, explicou a designer Macy Bell da GK Elite ao Page Six. “Estou obcecada com a forma como as luzes da arena se reflectem nos cristais. Estou sempre a dizer à GK de que preciso de mais”, confessou, por sua vez, a ginasta ao New York Times.

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Sunisa Lee REUTERS/Mike Blake
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Simone Biles REUTERS/Athit Perawongmetha

Os cristais estão mesmo a tornar-se uma das assinaturas da imagem da equipa de ginástica dos EUA e a cada edição dos Jogos Olímpicos os maiôs brilham mais. No Rio de Janeiro, em 2016, quando Simone Biles levou para casa cinco medalhas olímpicas, os fatos da equipa tinham mais de cinco mil cristais; em 2021, em Tóquio, alguns dos equipamentos já eram adornados com mais de seis mil.

“Toda a gente olha para a equipa EUA e diz ‘quero ser assim também ─ quero brilhar assim’”, declara o director executivo da GK, Matt Cowan. O sucesso é tal que, em Paris 2024, a empresa já vestiu mais nove delegações, incluindo a Austrália, o Canadá e o México. E estão sempre à procura de brilho renovado: “Como é que podemos colocar mais cristais? Como é que podemos introduzir o brilho e a luminosidade de uma nova forma?”

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A equipa EUA de ginástica EPA/ANNA SZILAGYI

Design vs. Funcionalidade

Pela primeira vez neste ano alguns dos maiôs também incluem pérolas. “Quisemos aproveitar essa força de Paris, a capital mundial da moda. Por isso, utilizámos muitos elementos da alta-costura, olhámos para muitos espartilhos, para a arquitectura Art Nouveau, para o glamour da velha Hollywood dos anos 20”, detalha Jeanne Diaz sobre a inspiração para as criações.

É claro que a funcionalidade continua a ser o elemento mais importante de um maiô de ginástica, numa verdadeira obra de engenharia e tecnologia. “Um fato de ginástica, embora seja uma peça de vestuário, é também um equipamento. Estamos a construir esta armadura para o desempenho, pelo que o chassis de base tem de ser um chassis de desempenho”, lembrou Cowan.

Os cristais também têm de ser especiais, de forma a aguentarem o impacto de todos os saltos, mas mantendo a leveza, algo que a Swarovski garante assegurar através de uma tecnologia patenteada de que é muito “protectora”. Há mais de uma década que é esta empresa que fornece os cristais à GK. “É uma área incrivelmente competitiva, especialmente tendo em conta as condições extremas a que os cristais estão expostos durante os Jogos Olímpicos”, reconhece a directora da Swarovski, Kolja Kiofsky, que também trabalha com casas de moda como a Prada ou a Versace.

Depois dos Jogos Olímpicos, a empresa vai produzir réplicas dos maiôs com pedraria mais económica e sem mangas para serem vendidos a 89 dólares (82 euros), para que outras ginastas possam brilhar como Sunisa Lee ou Simone Biles. Quem sabe, ao vestirem os fatos, sintam que também elas poderão chegar ao ouro.

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