A “última tendência de moda” dos republicanos é um penso a tapar a orelha direita
Apoiantes do antigo Presidente Donald Trump declararam que o acessório é “um sinal de amor”.
No meio de um mar de apoiantes, oriundos de todos os estados norte-americanos, que rumaram nos últimos dias a Milwaukee para a Convenção Nacional Republicana, que afirmou Donald Trump como candidato presidencial (e desvendou o nome do escolhido para actuar como vice-presidente caso seja eleito: J.D. Vance), um delegado do Arizona destacou-se ao exibir um penso a cobrir a orelha direita.
Para Joe Neglia, um delegado de 63 anos de Tempe, tratou-se “apenas de uma manifestação de solidariedade para com Donald Trump”, acrescentado, em declarações ao britânico The Guardian: “Vi aquele homem ser baleado e pensei que ele quase deu a vida pelo seu país, merece algum respeito por isso.” Já numa entrevista à CBS News, Neglia acrescentou que o penso sobre a orelha era “a última tendência da moda”. E parece ter pegado.
Nesta quarta-feira, já eram mais de 40 os delegados do Arizona que exibiam um penso semelhante ao que foi feito a Donald Trump após este ter sido alvejado de raspão na orelha direita, no que as autoridades estão a tratar como uma tentativa de assassinato. E não tardou que outros apoiantes, de distintos pontos do país, copiassem a tendência.
Um delegado do Texas, Jackson Carpenter, disse ao The Washington Post que decidiu cobrir a sua orelha e juntar este a outros acessórios que evidenciam o seu apoio ao candidato republicano. “Precisamos de um símbolo de que a violência política não é aceitável na América”, disse Carpenter ao jornal norte-americano.
E os delegados trataram de arranjar formas criativas de adoptar o acessório. Zachary Landsdowne, de Washington, começou por compor a simulação de um curativo com um conjunto de pensos rápidos que tinha na bagagem, mas acabou por trocá-los por papel branco, que dobrou para tapar a orelha. Mas há quem simplesmente encoste um guardanapo à cabeça, dando asas à criatividade.
Outros preferiram ser perfeccionistas, como a delegada do Arizona Liz Harris, que adquiriu compressas e adesivo para criar um penso bastante realista. “É uma questão de solidariedade”, disse Harris ao The Washington Post. E a delegada, conta ao jornal, aplicou outro tipo de solidariedade, usando o seu material para fazer crescer a tendência e tapar orelhas aos delegados que ainda não o tinham feito.
A Convenção Nacional Republicana marcou a primeira aparição pública de Trump após o tiroteio durante um comício em Butler, na Pensilvânia, que resultou ainda em um morto e dois feridos graves. O candidato presidencial foi recebido em êxtase e vários oradores atribuíram a sobrevivência de Trump a uma intervenção divina.