“Feitas pelo Obélix”: Rui Moreira critica estações de Siza Vieira para metrobus

Autarca deixou críticas durante reunião de Assembleia Municipal desta segunda-feira, sublinhando que se trata de uma opinião pessoal.

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Críticas ocorreram na reunião da Assembleia Municipal ADRIANO MIRANDA
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Rui Moreira criticou estruturas desenhadas por Siza Vieira ADRIANO MIRANDA
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Siza Vieira desenhou paragens ADRIANO MIRANDA
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O presidente da Câmara do Porto criticou esta segunda-feira as estações da autoria do arquitecto Álvaro Siza Vieira que estão a ser construídas para o metrobus na Marechal Gomes da Costa, defendendo que parecem "ter sido feitas pelo Obélix".

“Há coisas que de facto não gosto. Se me perguntar se compreendo quer na Avenida da Boavista, quer na Marechal Gomes da Costa as estações que lá estão a ser feitas, eu não gosto. É a minha opinião, não percebo porque é que são feitas assim", afirmou o presidente da câmara, Rui Moreira, durante a Assembleia Municipal do Porto, que decorreu na segunda-feira à noite.

Rui Moreira, que intervinha depois de o eleito socialista Rui Lage ter criticado a primazia dada ao automóvel na Avenida da Boavista, defendeu que as estações do metrobus deviam assemelhar-se às novas paragens de autocarro que foram construídas na cidade.

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Estações na Avenida da Boavista, do arquitecto Camilo Cortesão Ruben Martins

"Olho para aqueles matacões, aqueles que me incomodam mais até têm uma assinatura de autor, que estão na Marechal Gomes da Costa, que, a meu ver, deviam ser costas com costas e coisas levezinhas, envidraçadas e não precisavam de ser coisas que parecem ter sido feitas pelo Obélix", afirmou, comparando a situação à selecção nacional de futebol. "É a questão das vacas sagradas", referiu.

Apesar das críticas, o autarca independente saudou algumas das opções levadas a cabo no projecto do metrobus, como a largura dos passeios e, consequentemente, a retirada de estacionamento à superfície, a colocação de árvores nos passeios e a retirada do Monumento ao Empresário para ali criar “um bosque com árvores”.

Rui Moreira considerou ainda "uma boa notícia" o projecto de manter a ciclovia entre o cruzamento da Marechal Gomes da Costa e o Castelo do Queijo.

"A Avenida da Boavista não tem a mesma bitola. Na parte de baixo vamos poder manter a ciclovia, mesmo reduzindo as faixas de rodagem", afirmou, lamentando o facto de a Avenida da Boavista "não dar para tudo".

O autarca independente destacou também que a importância daquela artéria e o seu acesso à Via de Cintura Interna (VCI), não permitiriam reduzir a faixa de rodagem para apenas uma via.

“Não estamos ainda nessa fase. Se o metrobus corresponder às expectativas de trânsito, talvez possamos ter um metro com capacidade maior”, observou Rui Moreira.

O metrobus ligará a Casa da Música à Praça do Império (em 12 minutos) e à Anémona (em 17) este ano.

As obras da primeira fase arrancaram no final de Janeiro de 2023, estando previstas as estações Casa da Música, Guerra Junqueiro, Bessa, Pinheiro Manso, Serralves, João de Barros e Império, no primeiro serviço, e na secção até Matosinhos adicionam-se Antunes Guimarães, Garcia de Orta, Nevogilde, Castelo do Queijo e Praça Cidade do Salvador (Anémona).

Inicialmente, o projecto do metrobus estava previsto apenas até à Praça do Império, mas como o valor da adjudicação (25 milhões de euros) ficou abaixo dos 66 milhões de euros, o Governo decidiu fazer uma extensão do serviço até à Praça Cidade do Salvador, conhecida como Anémona, em Matosinhos.

O investimento inicialmente previsto para o metrobus, de 66 milhões de euros, é totalmente financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e os dez milhões adicionais poderão ser também financiados pelo PRR, pelo Fundo Ambiental ou pelo Orçamento do Estado.