A “reforma” do Estado, uma peça do surrealismo
A meias com o ministro da Presidência, Montenegro burilou uma ideia sobre a “reforma” do Estado e produziu um PowerPoint onde não faltou a majestade da arte contemporânea. Mas, onde está a “reforma”?
1. Não se sabe bem a razão pela qual o célebre quadro “A Persistência da Memória” (aquele em que aparece um relógio a derreter-se numa mesa em primeiro plano), de Salvador Dalí, aparece no pomposo plano de “reforma” da Administração Pública que o Governo apresentou esta semana. Pouco importa. Porque, no caso, o cenário surrealista da pintura bate bem com a promessa: “Uma reforma que não podia esperar mais.” Após tanta persistência da memória de um Estado centralista, labiríntico e medieval, a “reforma” não passa de uma promessa banal sem qualquer ímpeto reformista.
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