Paulo Macedo está disponível para continuar na Caixa e admite comprar outro banco

Paulo Macedo manifestou, junto do Governo, disponibilidade para continuar a liderar a CGD. E admite que o banco público poderá vir a estudar a compra de outra instituição bancária.

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Paulo Macedo, presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos, termina o mandato este ano Miguel Madeira
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O presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD) termina o mandato este ano, mas está disponível para se manter no cargo e já o manifestou ao Governo. A intenção é avançada, em entrevista ao Jornal de Negócios, pelo próprio Paulo Macedo, que admite ainda que o banco público não descarta a possibilidade de comprar outra instituição bancária, incluindo o Novo Banco.

"Sim, já manifestei essa disponibilidade", responde o presidente da Caixa, questionado sobre se está disponível para continuar a liderar a instituição, na entrevista publicada na edição desta segunda-feira, salientando "todo o trabalho" que considera que ainda há por fazer no banco que lidera, sobretudo na parte da digitalização. "O nível de serviço é adequado, mas estamos conscientes de que temos de fazer muito melhor de que há toda esta parte tecnológica que é um imperativo", afirma.

Quanto a uma decisão sobre a sua permanência à frente da CGD, Paulo Macedo diz apenas que o Ministério das Finanças irá pronunciar-se "a seu tempo" e que "há um plano de sucessão que será accionado". Este plano, descreve, "tem um conjunto de mecanismos para assegurar, por exemplo, que exista uma parte dos membros que deve ficar, sem determinar quem é, nem quantos são, para assegurar que haja sempre uma continuidade". Para além disso, todos os administradores serão avaliados "quantitativa e qualitativamente".

Esse plano de sucessão, diz ainda, é "independente" da sua continuidade à frente da Caixa e irá definir "o processo de nomeação de uma nova administração".

Na mesma entrevista, Paulo Macedo voltou, também, a admitir que a Caixa irá "analisar todas as hipóteses que haja no mercado", o que poderá levar à compra de um banco. "Se não estivermos disponíveis para isso, a Caixa perderá a liderança e também não é desejável que haja um maior crescimento de bancos, designadamente dos nossos vizinhos espanhóis, que têm uma banca de bastante qualidade e avançada, mas que têm uma quota de mercado já suficiente no país", disse.

Em cima da mesa poderá estar o Novo Banco. "Olharemos para todos e o Novo Banco está agora a acabar o seu processo com o Estado", apontou, ressalvando, por outro lado, que uma operação dessas aumentaria o peso do capital público no sector bancário português. "Não tenho nada contra questões públicas ou privadas, acho que o que interessa é que haja uma boa gestão, mas também é preciso haver um equilíbrio e, portanto, é preciso ponderar os diferentes aspectos. Sintetizando tudo isto, a resposta é sim, estamos disponíveis para olhar para outras possibilidades", resumiu.

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