MARO vence Prémio José Afonso 2024 com o álbum hortelã

Júri do prémio, atribuído pela Câmara da Amadora, destacou “a constante qualidade e invenção poética das letras, a mestria e sensibilidade dos arranjos e da interpretação” da cantora e compositora.

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MARO representou Portugal no 66.º Festival da Eurovisão, em 2022, com a canção Saudade, saudade ALESSANDRO DI MARCO/EPA

A cantora, compositora, multi-instrumentista e produtora MARO venceu o Prémio José Afonso 2024 com o álbum hortelã, anunciou o júri esta sexta-feira, salientando "o conjunto de qualidades" que a artista "tem vindo a evidenciar desde o começo da carreira".

Segundo o júri, hortelã, o sétimo e mais recente álbum de MARO, editado "apenas cinco anos após o seu primeiro disco, confirma a constante qualidade e invenção poética das letras, a mestria e sensibilidade dos arranjos e da interpretação, e uma voz original e distinta que neste registo, um conjunto de canções de carácter introspectivo e lírico, adquire já uma tonalidade madura e sofisticada".

Maioritariamente cantado em português e composto por dez temas, o álbum de guitarra e voz é co-produzido por MARO com dois amigos guitarristas, Darío Barroso e Pau Figueres.

O júri do Prémio José Afonso, atribuído anualmente desde 1988 pela Câmara Municipal da Amadora, foi constituído pelo músico e compositor Sérgio Azevedo (em representação da Câmara Municipal da Amadora), pelo maestro Pedro Teixeira da Silva (em representação do Teatro Nacional de São Carlos) e pela cantautora A Garota Não, que venceu o Prémio José Afonso 2023 com o álbum 2 de Abril.

O prémio, no valor de cinco mil euros, "tem como objectivo homenagear o cantor e compositor português José Afonso, preservando e perpetuando a obra do autor", sendo atribuído a um álbum editado no ano ou nos anos anteriores ao da edição do prémio.

MARO é o nome artístico de Mariana Secca, cantora e multi-instrumentista lisboeta que fez o conservatório e estudou na escola de Berklee, em Boston, nos Estados Unidos.

Em 2018, editou o primeiro álbum, homónimo, dividido em três volumes e que condensa, de forma cronológica, tudo aquilo que compôs desde os primeiros temas da infância até 2017, ano em que terminou os estudos nos Estados Unidos.

Tendo a Internet como principal aliada e âncora na divulgação, MARO disponibilizou no portal YouTube dezenas de vídeos com músicos que passaram por Berklee, com quem gravou o álbum de estreia, e também as gravações feitas nos últimos dois anos, de duetos à distância com artistas como Antonio Sanchez, Eric Clapton, Mayra Andrade, Maria Gadú, Luísa Sobral, Rui Veloso, Ivan Lins, Pablo Alborán, António Zambujo, Silvia Pérez Cruz e Dino D'Santiago.

Em 2018, em entrevista à agência Lusa quando lançou a terceira parte do álbum de estreia, afirmou que queria ter completa liberdade para se movimentar em diferentes géneros musicais, da música electrónica ao r&b e à pop, e revelou que deve a Milton Nascimento a vontade de ser artista.

"Ele é das razões mais óbvias pelas quais estou a cantar", disse.

Em 2022, MARO venceu o Festival da Canção com o tema Saudade, saudade, no qual era acompanhada ao vivo por mais quatro cantoras portuguesas, tendo representado Portugal no 66.º Festival da Eurovisão, que aconteceu em Turim, Itália. Classificou-se em nono lugar, uma posição que Portugal já tinha obtido em duas outras edições da competição.

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