Veterano americano de 102 anos morreu a caminho das celebrações do Dia D

Robert Persichitti sentiu-se mal a bordo do navio que levava o grupo de veteranos para as celebrações do 80.º aniversário do Desembarque da Normandia.

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Robert Persichitti foi professor U.S. MARINE CORPS/Mark Gibson
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Robert Persichitti foi um dos militares que presenciou o içar da bandeira dos Estados Unidos na batalha de Iwo Jima, durante a Segunda Guerra. Morreu aos 102 anos quando estava a caminho das celebrações do 80.º aniversário do Desembarque da Normandia, avançou a organização de veteranos a que pertencia, a Honor Flight Rochester.

O veterano ia participar nas celebrações desta quinta-feira, quando se assinala o Dia D, mas não sobreviveu à viagem de navio, que levava o grupo de militares para as celebrações na localidade de Colleville-sur-Mer, França. Sentiu-se mal a bordo e foi transportado de helicóptero para um hospital na Alemanha, acabando por morrer a 31 de Maio.

A organização recorda-o como um “homem humilde” que participou nas operações no Japão durante a Segunda Guerra e “serviu o país com coragem sem hesitar”. Durante a carreira militar foi radialista no comando Eldorado em Iwo Jima, Okinawa e Guam, no Pacífico. Estava a bordo do Eldorado quando, a 23 de Fevereiro de 1945, viu o içar da bandeira dos EUA no topo do monte Suribachi em Iwo Jima, um dos momentos mais marcantes do conflito mundial.

Persichitti tinha sido um dos seleccionados para participar nas comemorações, numa viagem organizada e paga pelo Museu da Segunda Guerra de Nova Orleães. “Estou muito entusiasmado por ir”, confessou antes da partida ao canal local Wroc, detalhando que o seu cardiologista o tinha encorajado a embarcar.

O também veterano Al DeCarlo, que esteve na mesma batalha de Iwo Jima com Robert Persichitti, garante que o amigo não “morreu sozinho” e estava acompanhado da equipa médica na Alemanha. “Estava em paz e confortável. A médica pôs a tocar no telemóvel o seu cantor favorito, o Frank Sinatra, e ele deixou-nos em paz”, testemunhou à televisão Wham de Rochester.

Falar sobre a experiência na Segunda Guerra era uma das missões de Robert Persichitti, que foi professor de ensino secundário depois da carreira na Marinha. “Ele tinha paixão por viver”, declarou o pastor William Leone à mesma estação de televisão, contando que o antigo docente ainda visitava escolas para falar às crianças das suas memórias. Em 2020, foi distinguido no Passeio da Fama de Veteranos, em Nova Iorque.

“Estava em forma, era direito e andava de um lado para o outro, e tinha as faculdades completas de alguém que seria décadas mais novo”, descreve Richard Stewart, presidente da associação Honor Flight, citado pelo The New York Times. E conclui: “Não devia ser esquecido.”

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