Famílias de reféns divulgam vídeo de mulheres soldado a ser levadas a 7 de Outubro

Decisão pretende pressionar o Governo a fazer mais pela libertação de israelitas que ainda estão na Faixa de Gaza.

Foto
Manifestação pela libertação de reféns, à esquerda está a imagem de Liri Elbag Hannah McKay / REUTERS
Ouça este artigo
00:00
02:32

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

O fórum das famílias dos reféns levados para a Faixa de Gaza nos ataques de 7 de Outubro decidiu revelar algumas imagens da altura em que as militares encarregadas pela vigilância da Faixa de Gaza junto à fronteira foram levadas por combatentes palestinianos.

O vídeo é perturbador tanto pela violência óbvia, vista nas caras ensanguentadas de algumas militares, como pelas indicações do que poderá ter acontecido ou iria acontecer, como o facto de algumas soldados não terem calças ou de um dos combatentes parecer dizer quais é que poderiam engravidar.

Os três minutos de imagens, dizem as famílias, foram retirados de filmagens feitas pelos próprios combatentes do Hamas que tinham câmaras, e foram editados para não expor as alturas de maior violência.

A violência sexual sobre as mulheres, durante o ataque ou no período em que foram reféns, tem sido evocada como um dos motivos para o Executivo de Israel fazer mais pela sua libertação, até porque algumas poderiam, entretanto, ter engravidado. Uma refém veio entretanto a público dizer que foi alvo de tortura e violência sexual enquanto esteve em Gaza.

Foto
Um imagem do vídeo divulgado pelas famílias das reféns DR

Um dos casos especialmente fortes de falhas do ataque de 7 de Outubro foi que as militares dos postos de observação de Gaza tinham avisado para actividades fora do normal junto da fronteira que sugeriam que algo iria acontecer – uma delas chegou a ser ameaçada pelo superior hierárquico com um processo se não parasse de falar em cenários que os escalões superiores viam como fantasiosos.

A observação é feita por unidades de mulheres militares, que não têm armas, e que a 7 de Outubro ficaram indefesas perante o ataque do Hamas. Por tudo isto, este caso levou a uma revolta particular e acusações de sexismo dos superiores.

No dia do ataque, 15 militares que estavam na base de Nahal Oz foram mortas e sete levadas, vivas, para Gaza. Destas sete, uma, Ori Megidish, foi resgatada com vida por militares israelitas e o corpo de outra, Noa Marciano, morta já no território palestiniano, foi resgatado da Cidade de Gaza. Pensa-se que as restantes estão ainda vivas: Liri Elbag, Karina Ariev, Agam Berger, Daniella Gilboa e Naama Levy.

O pai de Elbag (cuja família recebeu uma coroa de flores com uma mensagem em sua “memória” como que a dizer que a filha tinha morrido numa acção que os serviços secretos israelitas imputaram a agentes iranianos) explicou que as famílias decidiram divulgar o vídeo e expor-se porque o chefe de Governo não está a ter nenhuma acção para a libertação dos reféns. “Queremos que o Governo acorde”, disse ​Eli Elbag.

Notícia corrigida e actualizada a 23.05.2024 com mais contexto sobre a unidade de mulheres encarregadas da observação da linha divisória entre Israel e a Faixa de Gaza.

Sugerir correcção
Ler 9 comentários