“Preparem as asas”: Anjos da Victoria’s Secret vão voltar à passerelle, seis anos depois

A modelo portuguesa Sara Sampaio era parte do clã de anjos da etiqueta, mas não se sabe se regressará à passerelle. Candice Swanepoel protagoniza o vídeo de anúncio e deverá voltar a colocar as asas.

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O último desfile da Victoria's Secret foi em 2018 REUTERS/Mike Segar
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“Modelos à passerelle. Este Outono. Preparem as asas.” Foi assim que a Victoria’s Secret anunciou o regresso do famoso desfile dos anjos, depois de um hiato de quase seis anos. À passerelle deverão voltar as famosas supermodelos que desfilavam com soutiens incrustados de pedraria e enormes asas. Resta saber se a nova versão será mais inclusiva.

O anúncio foi feito nesta quarta-feira, através de um vídeo nas redes sociais, protagonizado por Candice Swanepoel, a modelo sul-africana, parte do clã de anjos, de que fazia parte também a portuguesa Sara Sampaio. Desconhece-se a data do evento, com a marca a detalhar algumas alterações ao formato do espectáculo.

O desfile sempre foi conhecido pelos extravagantes cenários e pelos soutiens de milhares de dólares (incluindo o icónico Fantasy Bra) usados por supermodelos como Adriana Lima, Alessandra Ambrosio, Gisele Bündchen, Naomi Campbell, Tyra Banks ou, mais recentemente, Bella Hadid e Kendall Jenner, que cruzavam a passerelle ao som de artistas como Rihanna, Taylor Swift, Justin Bieber e as Spice Girls.

“O Victoria's Secret Fashion Show de 2024 vai oferecer precisamente o que os nossos clientes têm pedido — o glamour, a passerelle, a moda, a diversão, as asas, o entretenimento — tudo através de uma lente poderosa e moderna que reflecte quem somos hoje”, declarou a empresa, em comunicado.

Em 2019, a etiqueta, que fazia parte da empresa-mãe L Brands, cancelou o espectáculo, justificando a decisão como reflexo de uma “evolução de marketing da Victoria’s Secret”.

Então a L Brands estava a lutar contra uma série de problemas, incluindo a queda das vendas da roupa interior demasiado cara, a pressão dos investidores e as críticas crescentes face à imagem desactualizada, que não incluía todos os tipos de corpos.

Em 2021, a L Brands dividiu-se em duas marcas: Bath & Body Works e Victoria’s Secret. Mas as vendas continuaram a cair e, em Junho desse ano, anunciaram que as modelos iam dar lugar a activistas, entre elas a futebolista norte-americana Megan Rapinoe ou a actriz e empresária Priyanka Chopra Jonas.

Contudo, a estratégia nunca foi realmente concretizada e, em 2023, organizaram apenas um evento ligado ao documentário Victoria’s Secret World Tour, que estreou na Amazon Prime, onde recordavam os tempos áureos dos primeiros desfiles — a estreia foi em 1995 no hotel Plaza em Nova Iorque.

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Sara Sampaio no desfile de 2013 REUTERS/Lucas Jackson

Sara Sampaio vai voltar?

No ano passado, em entrevista ao PÚBLICO, a portuguesa Sara Sampaio contava como, nos anos 2000, “ser um anjo da Victoria’s Secret era o Evereste de ser manequim”. A modelo não esconde como a marca a lançou para a fama e não se arrepende de ter feito parte do clã, apesar de reconhecer que a etiqueta “ficou para trás no tempo”. E defendia: “No final de contas, não estamos ali a vender um padrão de beleza. Estamos a vender lingerie.”

Não se sabe se voltará a colocar as asas este ano. “Nunca digo nunca. Mas, para já, acho que não”, respondia em Junho de 2023, para depois lembrar: “Não teria a carreira que tive, se não fosse por eles.” Por agora, a portuguesa tem estado dedicada à representação e faz parte do elenco do novo filme do Super-Homem.

Também a brasileira Alesandra Ambrosio reconhece a importância que ser um anjo teve na sua carreira. Estreou-se em 2000, quando tinha apenas 19 anos, e ocupou o lugar durante 17 anos. Em 2014, desfilou mesmo com as asas mais pesadas de sempre quando estava grávida do segundo filho.

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Alessandra Ambrosio com o Fantasy Bra, em 2012 REUTERS/CARLO ALLEGRI

Hoje, disse ao PÚBLICO em 2022, tudo seria bem diferente, porque as jovens modelos têm maior liberdade de “mostrar quem são e o que pensam”. Ainda assim, defendia: “Não quero ficar presa ao passado.”