Assembleia Municipal do Porto rejeita criação de memorial dos 50 anos do 25 de Abril
Recomendação foi rejeitada com os votos contra do movimento independente “Rui Moreira: Aqui Há Porto”, PSD e Chega, e os votos a favor do PS, CDU, BE e PAN.
A Assembleia Municipal do Porto rejeitou, por maioria, uma recomendação do PS para que fosse criado "num espaço emblemático da cidade" um memorial, monumento, escultura ou instalação artística como marco dos 50 anos do 25 de Abril.
A recomendação, apresentada na sessão que decorreu esta segunda-feira, 29 de Abril, à noite, foi rejeitada com os votos contra do movimento independente "Rui Moreira: Aqui Há Porto", PSD e Chega, e os votos a favor do PS, CDU, BE e PAN.
Em representação do grupo municipal, o deputado Agostinho Sousa Pinto afirmou que a criação deste memorial ou monumento "em pedra, metal ou outro material duradouro, projecta-se no longo prazo, sobrevive à circunstancialidade do presente e interpela aqueles que propositada ou acidentalmente o contemplam".
"A consciência histórica contemporânea desenvolveu-se, em grande medida, através de uma cultura memorialística", destacou o socialista, sugerindo que o memorial fosse inaugurado ainda este ano.
"A celebração dos 50 anos de Abril teve o seu coroamento na maré de pessoas que confluiu nalgumas artérias da cidade e desaguou em peso na Praça da Liberdade, no dia 25 de Abril de 2024. Nesse dia, a adesão entusiástica dos mais jovens demonstrou que apesar de serem legatários de uma Revolução na qual não participaram, a reconhecem como sua, perfilhando o seu valor fundacional e as inquestionáveis conquistas cívico-políticas, sociais e culturais que propiciou", lê-se na recomendação a que a Lusa teve acesso.
Pelo movimento independente, o deputado Raul Almeida afirmou que a cidade já detém dois topónimos do 25 de Abril, uma alameda e uma avenida, e defendeu que "o elogio ao 25 de Abril se faz na rua". Durante a sessão foram apresentadas quatro recomendações e moções pelos 50 anos do 25 de Abril e pelo 1 de Maio.