No livro Rebel Rising, a actriz australiana Rebel Wilson conta como se sentiu “assustada” quando Sacha Baron Cohen lhe pediu para ficar nua durante uma cena de Irmãos e Espiões, em 2016. O britânico tem negado o episódio e as acusações de assédio e agora conseguiu impedir que os excertos do livro que mencionam o seu nome não sejam publicados no Reino Unido. Resultado da censura moderna: a biografia continua a circular, mas com as frases riscadas.
Os britânicos não vão conseguir ler a versão completa de Rebel Wilson sobre o episódio que rotula como: “a pior experiência da minha carreira”. O processo legal foi interposto pelos advogados de Sacha Baron Cohen, que conseguiram, no Reino Unido, riscar 33 linhas da biografia onde são feitas as acusações de má conduta sexual por parte do actor.
“A [editora] Harper Collins não conseguiu verificar os factos deste capítulo do livro antes da publicação e tomou a medida sensata, mas terrivelmente tardia, de remover as alegações difamatórias de Rebel Wilson, uma vez que foram apresentadas evidências de que era falsa”, comemora o advogado de Baron Cohen, citada pelo Deadline. E minimiza a censura, argumentando que estas linhas são apenas “uma parte muito pequena de uma história muito maior”.
O porta-voz do actor ─ actualmente a divorciar-se da actriz Isla Fischer ─ tem rotulado as alegações de falsas e lembrou que “imprimir” mentiras é contra a lei editorial do Reino Unido. “Esta é uma vitória clara para Sacha Baron Cohen e confirma o que dissemos desde o início: que isto é comprovadamente falso, num esforço vergonhoso e falhado para vender livros”, reiterou.
Rebel Wilson tem-se defendido, sublinhando que o objectivo nunca foi “cancelar ninguém”, mas partilhar a sua história para que possa motivar outros a fazerem o mesmo. “Quanto mais mulheres falarem sobre estas coisas, menos espero que aconteça”, escreve no livro. E insiste: “Isto foi antes do movimento #MeToo, não tive força ou conhecimento para fazer mais nada.”
As acusações feitas a Sacha Baron Cohen não são a primeira polémica levantada pelo livro da Rebel Wilson. Na biografia, a actriz, conhecida pelos papéis em Um Ritmo Perfeito ou As Vigaristas, recorda que foi convidada para uma festa com drogas e uma orgia por um membro da família real britânica, em 2014. Sem revelar nomes, mencionando apenas que era o “15.º ou 20.º na linha de sucessão”, incendiando a Internet com suspeitas.