Alvo de ameaças, Catharina-Amalia dos Países Baixos foi obrigada a viver em Espanha

“No ano passado, as circunstâncias levaram-na a residir em Madrid. A partir daí pôde continuar os estudos”, contou o rei Willem-Alexander, a propósito da visita de Estado de Felipe VI e Letizia.

Princess Amalia of The Netherlands attends the official state banquet on April 17, 2024 in Amsterdam, Netherlands. Patrick van Katwijk/Pool via REUTERS
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Catharina-Amalia acompanhou os pais no banquete de Estado para os reis de Espanha Patrick van Katwijk/REUTERS
King Willem-Alexander of The Netherlands, Queen Maxima of The Netherlands, King Felipe of Spain and, Queen Leticia of Spain, toast while attending an official state banquet on April 17, 2024 in Amsterdam, Netherlands. Patrick van Katwijk/Pool via REUTERS
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O brinde entre Williem-Alexander, Felipe, Máxima e Letizia Patrick van Katwijk/REUTERS
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A princesa Catharina-Amalia dos Países Baixos foi obrigada a mudar-se para Espanha durante alguns meses, no ano passado, depois de ter sido alvo de ameaças à sua segurança. Foi o pai, o rei Willem-Alexander, a contá-lo no banquete organizado para os reis de Espanha, Felipe VI e Letizia, nesta quarta-feira, em Amesterdão. “Uma visita de Espanha é sempre como um abraço caloroso”, celebrou o monarca.

Em 2022, a princesa herdeira foi obrigada a deixar a Universidade de Amesterdão depois de ter sido alvo de ameaças à sua segurança, incluindo de rapto. Durante algum tempo, Catharina-Amalia regressou a Haia, para junto dos pais, mas depois teve mesmo de sair do país. “No ano passado, as circunstâncias levaram-na a residir em Madrid. A partir daí pôde continuar os estudos. Tudo isto foi possível graças à dedicação afectuosa de um grande número dos vossos concidadãos e de Suas Majestades. Foi um comovente teste de amizade num período difícil”, contou Willem-Alexander, dirigindo-se a Felipe e Letizia.

Catharina-Amalia, com 20 anos, esteve em grande destaque no banquete real em Amesterdão, tendo sido agraciada pelo rei espanhol com a grã-cruz da Ordem de Isabel, a Católica. É comum a princesa herdeira acompanhar os pais em momentos oficiais e, no ano passado, numa visita às Caraíbas desabafou como nem sempre é fácil ter nascido numa família real. “Sinto saudades da vida normal enquanto estudante.”

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Willem-Alexander a discursar Patrick van Katwijk/Pool via REUTERS

Em 2023, a imprensa espanhola chegou a publicar fotografias de Catharina-Amalia no Parque do Retiro ou às compras, em Madrid, acompanhada, por vezes, da mãe, Máxima. Desconhece-se se, em Espanha, a princesa teve de manter “as fortes medidas de segurança” a que estava sujeita em Amesterdão, quando “mal conseguia sair de casa”, como contou a rainha.

A ligação de Willem-Alexander e Máxima a Espanha é bem conhecida. Foi na Feira de Sevilha que os dois se conheceram “há 25 anos”, recordou também o rei no discurso desta quarta-feira. “Espanha ocupa um lugar especial nos nossos corações.” Além disso, lembrou como os dois países são “ramos da mesma árvore europeia”, com a história “ligada há séculos”. E insistiu: “Somos aliados, movidos pelos mesmos ideais, valores e convicções. Defendemos a liberdade, a democracia e os direitos humanos.”

Willem-Alexander também fez algumas alusões políticas, nomeadamente no que toca ao hidrogénio verde. “Num futuro próximo, o sol espanhol também aquecerá o frio norte e ajudará a nossa indústria a tornar-se mais verde”, defendeu, argumentando que hoje “em sociedades como a nossa”, nem sempre “é fácil continuar a confiar uns nos outros”. Mas, concluiu, enquanto brindava aos reis Felipe e Letizia, “é exactamente isso que é necessário”.

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Patrick van Katwijk/Pool via REUTERS

Letizia ficou sentada

Antes do jantar, os quatro monarcas estiveram a cumprimentar os mais de 200 convidados e, nas redes sociais, circulou uma imagem inusitada. Willem-Alexander, Máxima e Felipe de pé a fazer os cumprimentos, enquanto Letizia ficou sentada numa cadeira, durante 45 minutos, diz a revista Hola.

Letizia teve de ficar sentada dada a lesão que tem no pé esquerdo, fruto da síndrome do neuroma de Morton, com que foi diagnosticada há dois anos. O neuroma define-se por um inchaço benigna do nervo interdigital, que fica entre dois dedos do pé, em especial entre o primeiro e segundos dedos, refere o glossário de saúde da CUF.

A doença é causada sobretudo pelo uso de sapatos muito altos, sobretudo com ponta pontiaguda ou apertada que obriga à compressão dos dedos — o que justificará o motivo por que são mais as mulheres a serem diagnosticadas com neuroma de Morton, frequentemente associado a joanetes.

Durante o banquete, não foi possível ver o que calçava Letizia, mas é comum a rainha estar de saltos altos. Para o serão, elegeu um vestido azul da marca espanhola The 2nd Skin Co. em tafetá azul com manga de laçada e um cinto a marcar a cintura. Para completar o visual, a aposta recaiu numa tiara histórica, repleta de pérolas e diamantes, que pertenceu à rainha Maria Cristina, consorte do rei Afonso XII, no século XIX.

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O rei Willem-Alexander dos Países Baixos, a rainha Máxima, o rei Felipe de Espanha, a rainha Letizia, a princesa Catharina-Amalia, a rainha Beatriz dos Países Baixos e a irmã, a princesa Margarida Patrick van Katwijk/Pool via REUTERS

Foi a noite do azul, com Máxima a usar um tom mais sóbrio, num vestido esvoaçante assinado pelo criador neerlandês Jan Taminiau. Catharina-Amalia também vestiu azul, mas mais escuro, num modelo do mesmo designer, acompanhado de uma capa em chiffon esvoaçante, dando destaque às jóias com rubis, em especial à tiara do pavão, que data do século XIX.

Catharina-Amalia é a futura rainha dos Países Baixos e a filha mais velha de Willem-Alexander e Máxima. Nasceu a 7 de Dezembro de 2003, seguida das irmãs Alexia e Ariane. Desde a investidura do seu pai, em 2013, é também princesa de Orange.

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