Já não há mulheres nos tronos da Europa, mas vai mudar. Quem são as futuras rainhas?

De Espanha à Suécia, são mulheres a ocupar o primeiro lugar na linha de sucessão. Em princípio, será Victoria da Suécia a primeira a ser rainha, quando suceder a Carlos XVI Gustavo.

Crown Princess Victoria, Prince Daniel

Dinner at the Royal Palace in Stockholm. 

(c) PELLE T NILSSON/SPA
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Victoria tem 46 anos e é a futura rainha da Suécia PELLE T NILSSON
Estelle Silvia Ewa Mary, Prinsessa av Sverige, Hertiginna av Östergötland, föddes den 23 februari 2012 som första barn till Kronprinsessan och Prins Daniel. Prinsessan Estelle är i enlighet successionsordning den andra i tronföljden efter Kronprinsessan. Inför sin födelsedag har Prinsessan fotograferats på Kungliga slottet. Bilden är tagen i februari månad.
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A princesa Estelle é a segunda na linha de sucessão ao trono sueco Linda BrostrÃm/Kungl. Hovstaterna
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A princesa Elisabeth dos Belgas DR
De Prinses van Oranje, 2021
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Catherina-Amalia dos Países Baixos RVD – Frank Ruiter
,Felipe VI da Espanha
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Ao centro, a princesa Leonor, acompanhada da rainha Letizia e da infanta Sofia Reuters/JUAN MEDINA
,família real
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Ingrid Alexandra da Noruega faz 20 anos neste ano Ida Bjørvik/ Royal Court
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Não há mais nenhuma mulher a reinar na Europa. Com a abdicação de Margarida II, que era a soberana há mais tempo no torno, e a morte de Isabel II em 2022, termina a era das rainhas. Mas não por muito tempo: há jovens mulheres a caminho dos tronos. De Espanha, passando pela Noruega, até à Suécia, quem são as futuras rainhas?

Elisabeth da Bélgica

A filha dos reis Philippe e Mathilde, Elisabeth, duquesa de Brabante, nasceu a 25 de Outubro de 2001. É a primeira de quatro filhos dos reis: Gabriel, com 20 anos, Emmanuel, com 18, e Eléonore com 15. Actualmente ocupa o primeiro lugar na linha de sucessão ao trono, apesar de manter uma postura discreta e maioritariamente longe dos holofotes.

Aliás, de acordo com a casa real, a princesa está a estudar História e Política na Universidade de Oxford, no Reino Unido. Antes, concluiu o curso internacional no UWC Atlantic College, no País de Gales, onde também estudaram a princesa Leonor e a infanta Sofia de Espanha, e concluiu o curso de Ciências Militares e Sociais na Royal Military School, também naquele país. A completar o currículo internacional, fez igualmente um pequeno curso dedicado a jovens na Universidade de Yale, nos EUA.

Como resultado, Elisabeth é multilíngue, elogia a casa real belga, e fala “fluentemente” holandês, francês, alemão e inglês. É uma futura rainha dos Belgas extremamente preparada, tal como o seu pai, Philippe, que subiu ao trono em 2013, com a abdicação de Alberto II.

Elisabeth vai dando os primeiros passos em eventos oficiais e, em 2019, acompanhou a mãe numa visita humanitária ao Quénia. Durante a pandemia, fez voluntariado junto de idosos, quer em centros de acolhimento, quer por telefone, para apoiar quem estava mais isolado. Fora do trabalho, dizem, é apaixonada pela natureza e gosta de esquiar e velejar, bem como de viajar ou ler.

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Catharina-Amalia RVD – Frank Ruiter

Catherina-Amalia dos Países Baixos

Com 20 anos, a filha mais velha de Guilherme-Alexandre e da rainha Máxima dos Países Baixos poderá ser uma das primeiras a chegar ao trono, já que naquele país a abdicação é uma tradição. Catharina-Amalia Beatrix Carmen Victoria nasceu a 7 de Dezembro de 2003, seguida das irmãs Alexia e Ariane. Desde a investidura do seu pai, em 2013, é também princesa de Orange e, aos 18 anos, tornou-se oficialmente herdeira do trono.

Catharina-Amalia fez todo o percurso escolar em Haia e, depois do ensino secundário, ainda fez um ano de pausa para estagiar na fundação da família. Em 2022, entrou na Universidade de Amesterdão para estudar Política, Psicologia, Direito e Economia. O primeiro ano não foi fácil e a princesa foi obrigada a regressar temporariamente ao palácio real de Huis ten Bosch, depois ter sido vítima de “ameaças”. A mãe queixou-se: “Não tem uma vida estudantil como os outros têm.”

Ainda assim, a família real reitera que a jovem está focada nos estudos e que só depois disso começará a assumir mais responsabilidades do quotidiano da família real. “No seu tempo livre, gosta de andar a cavalo, jogar ténis ou de cantar”, diz o site dos Orange.

Em 2021, Catharina-Amalia foi notícia quando o então primeiro-ministro Mark Rutte veio a público dizer que o casamento homossexual também se aplica à família real, colocando a tónica na jovem princesa. “O Governo acredita que o herdeiro pode casar com uma pessoa do mesmo sexo”, escreveu então, sem que a jovem reagisse publicamente.

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Leonor de Espanha REUTERS/SUSANA VERA

Leonor de Espanha

No dia em que fez 18 anos, a 31 de Outubro, a princesa Leonor de Espanha jurou fidelidade à Constituição no Parlamento, numa cerimónia que a aproximou ainda mais do trono — do qual se tornou herdeira em 2014, quando Felipe VI se tornou chefe de Estado. “O título de Princesa das Astúrias compromete-me com a dedicação e o esforço de servir Espanha e todos os espanhóis. Em minha casa, as palavras Espanha e Astúrias estão sempre ligadas com a mesma força com que foram ligadas pela história. É o que sinto no meu coração”, pode ler-se na sua página biográfica.

Ao contrário do pai que fez todo o percurso académico em Espanha, a jovem princesa estudou no UWC College, no País de Gales, até 2022 — no ano passado, a irmã Sofia seguiu-lhe os passos. No Verão passado, Leonor ingressou na Academia Geral Militar de Saragoça para três anos de formação militar, como mandam as regras. “Em todas as monarquias parlamentares, o herdeiro tem de ter um passado militar”, justificou a ministra da defesa, Margarita Robles.

Depois de passar pelo Exército, pela Marinha e pela Força Aérea, Leonor vai dedicar-se aos estudos universitários, sendo ainda uma incógnita o curso que pretende seguir. Quando não está na academia militar, é comum ver a princesa a acompanhar os pais em compromissos oficiais.

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Ingrid Alexandra Ida Bjørvik/Royal Court

Ingrid Alexandra da Noruega

A neta do rei Haroldo V da Noruega ainda não é herdeira, mas chegará a sua vez assim que o pai, o príncipe Haakon, chegar ao trono. Ingrid Alexandra nasceu a 21 de Janeiro de 2004, ano em que foi alterada a lei de sucessão naquele país, precisamente para permitir que as mulheres passem a ter o estatuto de primogénitas e herdeiras na monarquia norueguesa.

Ingrid Alexandra tem mais dois irmãos: Sverre Magnus de 18 anos e Marius Borg Høiby, com 25 anos, fruto do primeiro casamento da mãe, a princesa Mette-Marit. Durante a infância, frequentou a escola pública para ter uma vida dentro da “normalidade possível”, apesar de sempre ter acompanhado os pais em eventos oficias. Aliás, em 2018, foi ela a guiar uma visita dos príncipes William e Kate a um jardim público baptizado a partir do seu nome, Ingrid.

A partir dos 18 anos, que celebrou em 2022, começou a assumir “um número crescente de tarefas oficias”. Actualmente está a cumprir serviço militar na Brigada do Norte do Segundo Batalhão, no departamento de engenharia. Fora dos eventos oficiais, pode ser encontrada noutra das suas paixões: o desporto. Em 2020, ganhou a medalha de ouro nacional de surf. Também adora kickboxing e praticar esqui — momentos que a família partilha frequentemente nas redes sociais.

Quando chegar ao trono, Ingrid Alexandra fará história ao ser apenas a segunda monarca da Noruega, desde que o reino foi fundado no ano de 872. A primeira rainha foi Margarida I da Dinamarca, Noruega e Suécia, que reinou entre 1387 e 1412. Então, foi a responsável pela União de Kalmar, que unificou as três nações durante mais de um século.

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A princesa Victoria, o príncipe Daniel e os filhos Estelle e Oscar Royal Court

Victoria e Estelle da Suécia

Com apenas 11 anos (os 12 celebram-se a 23 de Fevereiro), Estelle Silvia Ewa Mary é a mais nova das futuras rainhas da Europa. A filha mais velha da princesa Victoria, herdeira do trono da Suécia, e do príncipe Daniel. Actualmente, a menina frequenta a escola real de Djurgården, em Estocolmo, tal como o irmão Oscar, com sete anos.

Será a mãe, Victoria, a futura rainha da Suécia, a suceder a Carlos XVI Gustavo — agora o rei há mais tempo no trono, com 51 anos de reinado. Victoria só chegará a reinar porque a lei sálica foi revogada pelo Parlamento sueco em 1979 — a princesa tinha nascido em 1977. A regra determinava que só os filhos varões podiam herdar o trono, mesmo que tivesse nascido primeiro uma filha, como era o seu caso.

No ano passado, Carlos Gustavo queixou-se da mudança da lei sálica, confessando que a decisão foi “complicada” e “injusta” para o irmão mais novo de Victoria, Carl Philip, que era o herdeiro quando mudaram as regras. Todavia, os dois irmãos sempre terão convivido “pacificamente” com a decisão e Victoria será mesmo rainha.

Aliás, a princesa vai assumindo cada vez mais compromissos oficiais em substituição do pai, sobretudo em matérias relacionadas com os seus interesses pessoais, como a juventude, a sustentabilidade, protecção da natureza ou a promoção da paz. Victoria é, alias, formada em Estudos de Conflitos pela Universidade de Uppsala, além de ter formação complementar em ciências políticas.

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