Alemanha devolve à Grécia vaso antigo, para vinho, levado durante ocupação nazi
O município de Hanôver e o Museu Alemão August Kestner devolveram à Grécia um vaso antigo, utilizado para vinho, datado do século VII a.C. e levado durante a ocupação nazi (1940-1944).
A revelação foi feita esta terça-feira pelo Ministério da Cultura grego. O município de Hanôver e o Museu Alemão August Kestner devolveram à Grécia um vaso antigo, utilizado para vinho, datado do século VII a.C. e levado durante a ocupação nazi (1940-1944).
O pote de cerâmica, que o governo grego mostrou no Instagram, uma peça "com tampa e com vestígios de decoração escrita no topo" foi oferecida ao museu alemão "situado perto de Hanôver", em 1986, pelo professor de geologia Hannfrit Putzer, detalha aquele Estado, em comunicado.
O jarro foi descoberto pelos alemães em 1943, durante escavações a sul do canal de Corinto, no sul da Grécia, de acordo com as autoridades alemãs.
"O Museu August Kestner junta-se ao grupo de museus internacionais que têm feito esforços significativos nos últimos anos para investigar a origem dos objectos das suas colecções" e "devolver à Grécia objectos ligados a actos ilegais", sublinhou a ministra Lina Mendoni, citada no comunicado.
Segundo a ministra, a decisão do município e do museu é "uma prova da sua vontade de contribuir para a restauração dos danos sofridos pelo património cultural grego" e "dos esforços sistemáticos da Grécia, após o fim da guerra, para localizar e repatriar antiguidades saqueadas pelas forças ocupantes".
Nos últimos anos, inúmeras instituições e coleccionadores estrangeiros devolveram peças do seu antigo património à Grécia. No ano passado, o Vaticano devolveu ao país três fragmentos do Partenon que guardava há mais de dois séculos. Outros resistem. A Grécia trava há décadas uma batalha para obter também a devolução dos frisos do Partenon que se encontram no Museu Britânico em Londres, mas até agora sem resultado.
Desde o início do século XX que a Grécia solicitou oficialmente a devolução de um friso de 75 metros destacado do Pártenon, bem como uma das famosas cariátides do Erecteion, um pequeno templo antigo também na Acrópole, obras-primas que se encontram no Museu Britânico.
As esculturas fazem parte um friso de 160 metros de comprimento que corria à volta das paredes exteriores do Templo do Parthenon na Acrópole, dedicado a Atena. Grande parte do monumento perdeu-se num bombardeamento do século XVII, e cerca de metade das restantes obras foram removidas no início do século XIX por um diplomata britânico, Lord Elgin.
O Pártenon foi construído entre 447-432 a.C. e é considerado a coroa da arquitectura clássica. O friso retratava uma procissão em honra de Atena. Alguns pedaços pequenos desse friso — e outras esculturas do Pártenon — encontram-se noutros museus europeus.