Entre jardinista e Albuquerque, PSD-Madeira reelegeu o candidato arguido

Presidente demissionário do Governo Regional da Madeira foi reconduzido na liderança do partido.

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Miguel Albuquerque já fez um discurso de vitória na disputa pela ldierança do PSD-Madeira HOMEM DE GOUVEIA
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Miguel Albuquerque foi reeleito líder do PSD-Madeira com 54,3% dos votos face a Manuel António Correia, que arrecadou 45,7%. Albuquerque demitiu-se da presidência do Governo Regional da Madeira depois da megaoperação judicial no arquipélago, no fim de Janeiro, da qual saiu arguido por suspeitas de corrupção. Na altura, até admitiu sair da vida política activa, mas três semanas mais tarde, quando o juiz de instrução colocou em liberdade os três detidos no inquérito que o envolve (o social-democrata não foi detido), mudou de ideias e decidiu apresentar-se novamente como candidato à liderança do PSD-Madeira.

Mais de quatro mil militantes sociais-democratas com as quotas em dia, de um total superior a 12 mil, foram chamados esta quinta-feira às urnas e acabaram por validar a continuidade de Miguel Albuquerque, presidente demissionário do executivo madeirense, à frente do partido. Os resultados definitivos deram-lhe 2246 votos e 1854 ao seu adversário, Manuel António Correia.

Nas suas primeiras palavras aos militantes, Albuquerque apelou à união do partido para os desafios que se avizinham – e que podem passar por novas eleições regionais se Marcelo Rebelo de Sousa assim o decidir, a partir de 24 de Março. "Estão todos convidados a participar e a colaborar. Liderei o partido durante 10 anos e tive a capacidade de incluir todos. Só não incluí aqueles que não queriam participar", disse o líder reeleito.

Albuquerque acredita que as eleições internas vieram dar novo ânimo ao PSD-Madeira e mostrou-se convicto de que este continuará "a ser o partido líder na Madeira". O político também puxou dos galões, sublinhando que "desde 2015", sob a sua liderança, "não perdemos nenhuma eleição." Ao mesmo tempo que realçava repetidamente a disponibilidade para dialogar com a oposição interna, afirmando que "os adversários do PSD não estão dentro do PSD", lembrou que o projecto vencedor é o seu: "O partido tem uma direcção. A estratégia do partido será a que eu defini em moção."

Pela primeira vez desde 2014, houve duas candidaturas a disputar a liderança partidária. A lista oposta à de Albuquerque era encabeçada por Manuel António Correia, antigo secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais em mandatos de Alberto João Jardim, que o apoiou nestas eleições directas. Correia assumiu a derrota quase ao mesmo tempo que Albuquerque reclamava vitória.

O PSD, coligado com o CDS, venceu as eleições regionais da Madeira em Setembro por larga margem sobre o PS, que perdeu mais de metade dos votos (23 mil) e oito eleitos face a 2019. Ainda assim, os 23 eleitos da coligação não foram suficientes para a maioria na Assembleia e Albuquerque chegou a um acordo com a deputada única do PAN. O partido de Inês Sousa Real acabaria por retirar apoio ao Governo Regional quando o presidente foi constituído arguido.

Convicto de que há novas eleições no horizonte, às quais o PSD deverá concorrer sozinho, Albuquerque também deu a entender que não acredita que o partido volte a obter uma maioria absoluta, como aconteceu ininterruptamente desde o 25 de Abril até 2015. "O PSD vai, como sempre, para todas as eleições para ganhar. Temos de encontrar os parceiros para dialogar", afirmou.

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