Sporting ganhou o primeiro assalto, mas o Benfica não caiu

“Leões” em vantagem nas meias-finais da Taça de Portugal após triunfo sobre as “águias” por 2-1, mas fica tudo para decidir na segunda mão em Abril.

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Pedro Gonçalves marcou o primeiro golo do Sporting contra o Benfica LUSA/RODRIGO ANTUNES
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O Sporting partiu na frente nas meias-finais da Taça de Portugal, depois de triunfar nesta quinta-feira sobre o Benfica por 2-1 em Alvalade. Os “leões” foram melhores durante mais tempo e chegaram a estar em vantagem por dois golos, as “águias” só estiveram verdadeiramente no jogo a partir do meio da segunda parte, ainda conseguiram minorar os estragos com um golo de Aursnes e Di María ainda festejou o empate, lance que seria anulado. Foi a primeira derrota benfiquista em competições nacionais desde Agosto do ano passado, enquanto os “leões” voltaram a vencer o derby de Lisboa mais de dois anos depois, mas sem uma vantagem decisiva para o jogo da segunda mão, que será a 3 de Abril, na Luz.

Seria mais difícil adivinhar o que ia na cabeça de Roger Schmidt para o derby, do que antecipar o plano de Rúben Amorim. O Benfica dos últimos tempos tem sido mais imprevisível no seu plano táctico, se tem ou não ponta-de-lança, quem joga a lateral, onde joga Kokçu, enquanto o Sporting tinha cristalizado no seu 3x4x3 com os dois alas a funcionarem como avançados. O alemão escolheu a sua versão ataque móvel (Neres, Di María e Rafa), o técnico dos “leões” optou pela solução mista nas alas, Matheus de um lado, Geny do outro.

Quem estava mais confortável? O Sporting, que se mostrou desde o início uma máquina bem oleada, com os tempos certos para o estica e encolhe, ora a apostar no jogo pausado, ora a apostar nas transições para Gyökeres. A beneficiar da leitura de jogo dos seus centrais na primeira fase de construção e da complementaridade dos seus médios. E o Benfica? Demorou a entrar no jogo, sem qualquer capacidade de colocar a bola em condições para os seus avançados móveis. Eles bem se mexiam. Para nada.

O golo não demorou muito tempo a aparecer. Depois de um lance em que os “leões” reclamaram falta dentro da área de João Neves sobre Pedro Gonçalves, o Sporting não saiu da sua zona de ataque. Geny combinou com Hjulmand, o dinamarquês fez o cruzamento, a bola voou até à cabeça de Pedro Gonçalves, bateu no poste e foi para dentro da baliza. O golo aconteceu cedo, aos 9’, mas parecia perfeitamente adequado ao que o jogo estava a mostrar.

Sempre no controlo, os homens de Amorim jogavam sempre pela certa, com Morita a encher o campo. Gyökeres ia tendo algum espaço para correr e chegar aos duelos com António Silva, com o central benfiquista a impor-se nos primeiros encontros. Faltava aos “encarnados” alguém que tivesse bola no meio-campo — Kokçu estava “ausente”, João Neves tinha de defender, João Mário era quem estava mais dentro do jogo, mas sem efeitos práticos.

Os “leões” não tiveram muitas oportunidades durante a primeira parte, mas podiam ter chegado ao intervalo com mais um golo, num lance em que Edwards ficou com a baliza à sua mercê, mas o remate do britânico parou nas pernas de António Silva. O melhor que o Benfica fez no primeiro tempo foi um canto aos 47’ (o seu primeiro do jogo) que Di María tentou encaminhar para a baliza com a ajuda de Otamendi, mas Israel, o guarda-redes das taças, opôs-se bem.

Amorim por certo gostaria do que estava a ver, Schmidt nem por isso. E, para a segunda parte, o alemão lançou Morato para o lugar de Bah, passando Aursnes para o lado direito. Este era o momento em que os “encarnados” pareciam ter entrado no jogo, a meio. Pela primeira vez mostraram-se pressionantes e com vontade de atrapalhar a construção “leonina”. Pela primeira vez, o Benfica podia dizer que estava por cima do jogo, sem criar oportunidades, mas a parecer ter condições para as criar. Esta condição durou exactamente nove minutos.

Aos 54’, Geny lançou Gyökeres em corrida e o sueco correu. Encarou Otamendi, tirou o argentino do caminho e fez o 2-0.

Foi só depois de estar a perder por dois é que Schmidt decidiu meter em campo um ponta-de-lança. Foi Tengsted o escolhido para entrar no lugar de outro “ausente”, Neres. E foi nesta pele que o Benfica pareceu melhor, não porque o dinamarquês tenha feito muita diferença, mas porque era uma referência na marcação para os centrais adversários.

Aos 68’, os “encarnados” voltaram ao jogo. Di María arrancou um daqueles cruzamentos perfeitamente calibrados, tendo como alvo Aursnes. O norueguês estava sozinho para fazer o 2-1 e foi o que aconteceu. O golo foi a faísca que o Benfica precisava para ir imediatamente em busca de mais um e deixar o jogo nivelado.

Três minutos depois, Di María combinou bem com Kokçu e atirou a contar, fora do alcance de Israel. O Benfica festejou em conjunto, mas desceu à terra quando o VAR aconselhou Fábio Veríssimo a rever as imagens. O golo seria anulado porque Tengsted, em fora-de-jogo, estava a tapar a visão do guarda-redes uruguaio quando Di María rematou.

Respirou de alívio o Sporting, que também teve o seu momento de festa anulado pelo árbitro do jogo. Nuno Santos, que entrara para os últimos minutos, arrancou um daqueles remates dignos de prémio Puskas, mas também não valeu.

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