UE recebeu mais de um milhão de pedidos de asilo no ano passado

Continua a crescer o número de pessoas que pedem estatuto de refugiado na Europa. Pedidos de sírios e turcos foram os que mais subiram em 2023.

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Pedidos de asilo na UE aumentaram no ano passado Reuters/PASCAL ROSSIGNOL
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A União Europeia recebeu mais de um milhão de pedidos de asilo em 2023, o que representa uma subida face ao ano anterior, de acordo com os dados da Agência de Asilo da UE revelados esta quarta-feira.

Ao todo, foram recebidos mais de 1.140.000 pedidos de asilo em países da UE ao longo do ano passado, correspondendo a uma subida de 18% face ao ano anterior. A Alemanha voltou a ser o país ao qual chegaram mais pedidos, cerca de 334 mil. O número de pedidos que chegaram à Alemanha é superior ao que foi registado nos dois destinos seguintes, França e Espanha, com 167 mil e 162 mil, respectivamente.

Em termos relativos, tendo em conta a população de cada Estado-membro, foi Chipre que recebeu mais pedidos de asilo, com 12 mil. Portugal está entre os países que receberam menos pedidos, com menos de 2000.

A subida do número de pedidos de asilo é explicada por um crescimento substancial de candidaturas de cidadãos sírios, que ascenderam a 181 mil em 2023, representando um aumento de 38% em relação a 2022. O relatório sublinha que este é o número de pedidos de asilo por parte de sírios desde a eclosão da crise de refugiados de 2015.

Seguem-se os afegãos, com 114 mil pedidos de asilo, mas que em 2023 registaram uma queda de 11%, sendo uma das poucas nacionalidades em que se verificou um decréscimo.

Uma das principais alterações no quadro das migrações para a UE foi a explosão de pedidos de asilo por cidadãos turcos, que aumentaram 82% no ano passado, superando os cem mil. A grande maioria dos pedidos foi apresentada junto das autoridades alemãs.

Também se registaram aumentos nos pedidos de asilo de venezuelanos e colombianos, com mais de 60 mil cada um, a maioria dos quais feitos em Espanha.

A agência europeia também realça a subida de pedidos feitos por palestinianos, sobretudo no último trimestre do ano passado, que coincidiu com o início da ofensiva israelita em Gaza e aumento da repressão e violência na Cisjordânia. Apesar de notar que os dados recolhidos têm algumas inconsistências, foram registados quase 11.600 pedidos, um número dois terços mais elevado do que em 2022.

A taxa de reconhecimento do estatuto de refugiado pela UE subiu 43% no ano passado, alcançando o patamar mais elevado em sete anos, diz o mesmo relatório. O nível de concessão do estatuto de refugiado apresenta bastantes variações consoante as nacionalidades.

Desde 2020 que a tendência de concessão do estatuto de refugiado a sírios é de descida, tendo ficado nos 26% no ano passado. As autoridades dos países europeus têm decidido com mais frequência a atribuição de protecção subsidiária.

Em relação aos ucranianos, desde 2022 que a concessão de algum tipo de estatuto tem aumentado para quase 100%, sobretudo no que respeita à protecção subsidiária. De 12% de decisões positivas em 2021, passou para 92% no ano passado.

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