Cancro matou 9,7 milhões de pessoas em 2022

OMS contabilizou 20 milhões de novos casos de cancro no mundo, em 2022. Novos casos de cancro deverão aumentar até 77% em 2050.

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O cancro do pulmão, da mama são os mais frequentes Daniel Rocha (arquivo)
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O diagnóstico feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) não é animador: em 2022, surgiram 2o milhões de novos casos de cancro, segundo as estimativas divulgadas esta quinta-feira por aquela organização. Aquela doença terá provocado 9,7 milhões de mortes num total de 115 países, Portugal incluído. Já no ano anterior, em 2021, tinham sido diagnosticados 20 milhões de novos casos.

Entre 2021 e 2022, o cancro tornou-se aparentemente ligeiramente menos letal: de 10 milhões de mortes provocadas pelo cancro em 2021, passou-se para 9,7 milhões em 2022. Neste ano, a OMS contabiliza a existência de 53,5 milhões de pessoas que permaneciam vivas cinco anos após lhes ter sido diagnosticado um cancro.

Na prática, cerca de uma em cada cinco pessoas acaba por contrair cancro ao longo da vida. Ainda segundo a OMS, aproximadamente um em cada nove homens e uma em cada 12 mulheres morrem da doença.

E as perspectivas não são risonhas. Em 2050, deverão ser diagnosticados 35 milhões de novos casos de cancro, segundo a OMS. É um aumento de 77% face aos actuais 20 milhões de novos casos.

A OMS diz que a maioria dos países “não dão a devida prioridade" ao financiamento do tratamento do cancro e dos respectivos cuidados paliativos, como parte da cobertura universal dos cuidados de saúde.

As despesas associadas ao tratamento dos vários tipos de cancro têm vindo a crescer, sendo que o impacto da doença é desproporcionalmente mais grave nas populações sem o devido acesso a cuidados de saúde. Urge assim “abordar o problema das desigualdades perante o cancro em todo o mundo”, alerta ainda a OMS em comunicado.

Além dos 20 milhões novos casos de cancro registados em 2022, e das referidas 9,7 milhões de mortes, a OMS contabiliza a existência de 53,5 milhões de pessoas que permaneciam vivas cinco anos após lhes ter sido diagnosticado um cancro. Na prática, cerca de uma em cada cinco pessoas acaba por contrair cancro ao longo da vida. Ainda segundo a OMS, aproximadamente um em cada nove homens e uma em cada 12 mulheres morrem da doença.

O inquérito promovido pela OMS mostra ainda que apenas 39% dos países cumprem os princípios básicos da gestão do cancro como parte dos serviços públicos de saúde para todos os cidadãos. E apenas 28% dos países participantes cobriram adicionalmente os custos associados aos cuidados paliativos exigidos pelo cancro, incluindo os relacionados com o alívio da dor em geral.

Segundo as estimativas, num total de 185 países e numa lista de 36 tipos de cancro, destacam-se claramente os do pulmão, da mama e o cancro colorrectal. Quanto ao cancro do pulmão, registaram-se 2,5 milhões de novos casos em 2022, representando 12,4% do total de novos casos. Seguiu-se o cancro da mama (2,3 milhões de novos casos, equivalentes a 11,6% do total) e o cancro colorrectal (1,9 milhões de casos, 9,6% do total). Já o cancro da próstata registou 1,5 milhões de novos casos (7,3% do total).

O cancro do pulmão revelou-se o mais mortífero, tendo sido responsável por 1,8 milhões de mortes em 2022 (18,7% do total de mortes por cancro nesse ano). O segundo mais mortífero foi o cancro colorrectal com 900 mil mortes, seguindo-se o cancro do fígado, com um total de 760 mil mortes, e o da mama que matou 670 mil pessoas.

A OMS sustenta que o ressurgimento do cancro do pulmão “está provavelmente relacionado com o consumo persistente de tabaco na Ásia”.

Notícia actualizada às 11h50

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