A porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, será novamente a cabeça de lista do PAN por Lisboa às eleições legislativas de 10 de Março. A dirigente e ex-deputada do partido, Bebiana Cunha, que foi a cabeça de lista pelo Porto nas eleições de 2022, será agora mandatária por este círculo, que terá como primeira candidata Anabela Castro, também dirigente e anterior número dois.

Num evento em Lisboa, em que o partido anunciou os cabeças de lista às eleições, a líder do PAN traçou como objectivo eleitoral eleger um grupo parlamentar. "No próximo dia 10 de Março, não vou estar mais sozinha e vamos rumo a um grupo parlamentar", afirmou Inês Sousa Real, reiterando o compromisso que já tinha tornado público no aniversário do PAN, a 13 de Janeiro.

Deixando um aviso a Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro de que os eleitores “têm uma alternativa ao PS e ao PSD porque votar nos mesmos e esperar por um resultado diferente não vai acontecer”, a líder do partido defendeu que o PAN é uma “alternativa extremamente útil à democracia e responsável” e que os portugueses "vão poder não escolher uma maioria absoluta" em Março, antes "dar força às causas".

Mas quis também vincar que, tal como na Madeira o PAN mostrou ser uma "alternativa às maiorias absolutas e à extrema-direita", também no plano nacional será um "tampão da extrema-direita".

Já nos Açores, que vão a eleições a 4 de Fevereiro, disse não esperar "menos do que alcançarmos a mesma influência política" da Madeira, no que pareceu uma abertura a formar um acordo político, à semelhança do que aconteceu com o PSD de Miguel Albuquerque.

Salientando que o seu partido apresentou mais de 300 iniciativas na Assembleia da República, 45 das quais foram aprovadas, lançou-se ainda contra os restantes partidos da oposição que "agitam bandeiras", mas "no dia-a-dia votam em claro contra ciclo". E criticou, em particular, a "ilusão liberal" da IL de redução da carga fiscal, quando "quem baixou efectivamente impostos" foi o PAN, seja o IVA das bicicletas, dos produtos vegetais ou da alimentação dos animais de companhia para as associações de protecção.

A deputada única do PAN lembrou, depois, uma série de projectos do partido que foram aprovados, como o alargamento da dedução das rendas, a tarifa social da energia, o passe sub-23, a remuneração obrigatória dos estágios profissionais, o alargamento do Porta 65 ou o aumento da verba para o bem-estar animal em mais de 40 milhões de euros desde 2015.

Por Aveiro, a primeira candidata será Ana Gonçalves (número dois em 2022), por Braga, Rafael Pinto (anterior número um), por Bragança, Octávio Pires (também número um nas últimas eleições), por Coimbra, João Costa (cabeça de lista em 2022 e dirigente), por Faro, Saúl Rosa (que foi o segundo candidato há dois anos), por Portalegre, Telma Espírito Santo (também anterior número dois), pelos Açores, Dinarte Pimentel (que ia em quarto), por Viana do Castelo, Isabel Rhodes (suplente em 2022) e, pelo círculo fora da Europa, Nelson Abreu (que se mantém como cabeça de lista).

Mas também há novidades nas listas: Luís Coentro por Beja, Ricardo Mota Nunes por Castelo Branco, Sérgio Neves por Évora, João Almeida pela Guarda, Rodrigo Andrade por Leiria, Marco Gonçalves pela Madeira, Vera Matos por Santarém, Alexandra Moreira por Setúbal, Rui Oliveira por Vila Real, Carolina Pia por Viseu e Paulo Vieira de Castro pela Europa.

Nas últimas eleições legislativas, em que o partido perdeu o seu grupo parlamentar (inicialmente de quatro deputados), Inês Sousa Real já tinha sido a cabeça de lista por Lisboa, tendo sido eleita deputada única com 1,58% dos votos.

Antes do anúncio dos candidatos, que contou com uma sala cheia de militantes, o PAN realizou uma sessão sobre transição verde na Europa com a eurodeputada Terry Reintke do partido alemão Aliança 90/Os Verdes e ainda fará uma arruada esta tarde.