Xi com Biden: conflito entre China e EUA teria “consequências insuportáveis”
Presidente dos EUA recebe o homólogo chinês na Califórnia para encontro bilateral antes da cimeira da APEC. À entrada da reunião, ambos disseram que as duas potências estão condenadas a cooperar.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o homólogo chinês, Xi Jinping, encontram-se pela primeira vez este ano, esta quarta-feira, nos arredores de São Francisco, estado norte-americano da Califórnia, para uma reunião bilateral sobre vários temas que têm sido fonte de tensão entre Washington e Pequim, incluindo conflitos militares, tráfico de droga (sobretudo de fentanil) e 0 desenvolvimento da inteligência artificial. Biden recebeu Xi em Filoli, uma estância rural histórica a cerca de 50 quilómetros da cidade californiana.
À entrada da reunião, Biden disse que Estados Unidos e China têm de garantir que a competição entre os dois países "não degenera em conflito" e de gerir a sua relação "responsavelmente".
Xi, por seu turno, disse a Biden que muito aconteceu desde o seu último encontro, há um ano, em Bali: "O mundo emergiu da pandemia da covid-19, mas ainda está sob os seus tremendos impactos. A economia global está a recuperar, mas o ritmo permanece lento."
Xi chamou às relações entre China e Estados Unidos "a mais importante relação bilateral do mundo", e afirmou que o Presidente chinês e Biden "carregam aos ombros pesadas responsabilidades perante os dois povos, o mundo e a história".
"Para dois grandes países como a China e os Estados Unidos, voltar as costas um ao outro não é uma opção. Não é realista uma das partes moldar a outra, e o conflito e a confrontação têm consequências insuportáveis para ambas", disse.
Biden e Xi encontram-se com uma agenda repleta de temas em que EUA e China divergem, incluindo a questão de Taiwan, o Mar do Sul da China, a guerra entre Israel e o Hamas, a invasão russa da Ucrânia, a Coreia do Norte e direitos humanos. As expectativas de uma aproximação em qualquer um destes dossiês são reduzidas.
Após o encontro, os dois chefes de Estado rumam à edição anual da Cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), onde os esperam líderes políticos e económicos de 21 nações da orla do Pacífico, incluindo o Japão, Coreia do Sul, Austrália, Indonésia, Filipinas, Peru e Chile. Os diferendos territoriais entre a China e os seus vizinhos, por um lado, e as divisões entre Washington e muitos dos seus aliados relativamente à crise no Médio Oriente, por outro, colocam neste ano desafios adicionais ao diálogo entre os membros do bloco, que reúnem mais de metade da riqueza mundial e cerca de 3 mil milhões de habitantes.