Bastam 20 a 25 minutos diários de exercício físico para baixar o risco de morte em quem tem uma vida sedentária, avança um novo estudo que acaba de ser publicado pelo British Journal of Sports Medicine. Quanto maior a quantidade de exercício e quanto mais intensa for a actividade, mais baixo será o risco, independentemente de quantas horas se passa sentado por dia.

E não é pouco tempo. Nos países ocidentais, diz a investigação, os adultos passam uma média de nove a dez horas sentados todos os dias — sobretudo durante o horário laboral. Um estilo de vida sedentário está associado com maior risco de morte, notam os investigadores, apesar de não estabelecerem uma causa directa entre os dois.

Muitos dos estudos feitos sobre esta temática, notam, falham em determinar dados mais concretos, dando apenas uma visão geral sobre os benefícios da actividade física como forma de compensar o tempo prolongado que se passa sentado. Como tal, reforçam, esta nova investigação analisou quatro grupos de pessoas, com mais de 50 anos, que usam dispositivos de monitorização dos níveis de saúde, para esclarecer se o exercício físico interferiu mesmo na relação entre sedentarismo e as mortes registadas.

Foram monitorizadas cerca 12 mil pessoas e metade (6042) passava mais de 10,5 horas sentado por dia. Num período médio de cinco anos, 805 dos participantes do estudo morreram — sendo que 257 destes passavam menos de dez horas sedentárias e 448 estavam sentados mais de 10,5 horas.

O que a pesquisa mostra é que quem está sentado mais de 12 horas diárias tem um risco de morte acrescido em 38%, quando comparado com quem só está na mesma posição durante oito horas — números que só se aplicam a quem não pratica actividade física.

Isto porque 22 minutos de actividade moderada a vigorosa estão associados a um menor risco de morte. Dado que é ainda mais relevante em quem passa mais tempo sentado. Ou seja, baixa o risco de morte em 15% nas pessoas que passam menos de dez horas sentados, mas a percentagem sobe para 35% na categoria das 10,5 horas.

E importa qual é a intensidade da actividade física em questão, uma vez que se for de baixa intensidade, como uma caminhada, só baixa o risco de morte em quem está sentado mais de metade do dia (12h).

Apesar de o estudo ser mais um incentivo à adopção de um estilo de vida activo, os investigadores reconhecem que não é possível estabelecer uma relação directa de causa e efeito, sobretudo por terem sido ignorados factores fundamentais, como a dieta ou os problemas de mobilidade. Resta tentar compensar o tempo sentado, que não pode ser evitado na maioria das profissões, em prol da sua saúde.