“Não está em cima da mesa qualquer coligação para as europeias”, diz Montenegro

Líder do PSD terminou a iniciativa “Sentir Portugal” no distrito do Porto, onde diz ter encontrado o “país real”, que é muito diferente “do país do dr. António Costa e do PS”.

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À boleia dos elogios a uma vitória autárquica em coligação, Montenegro lembrou que a ligação entre o PSD e o CDS já aconteceu por três vezes em governos do país. LUSA/MANUEL FERNANDO ARAUJO

O presidente do PSD, Luís Montenegro, garantiu neste sábado não estar “em cima da mesa”, neste momento, qualquer coligação pré-eleitoral para as europeias do próximo ano, reafirmando que o seu partido concorrerá com listas próprias e “um programa forte”.

“Para as eleições europeias não está em cima da mesa nenhuma coligação pré-eleitoral. Nós estamos empenhados em apresentar a nossa candidatura, com uma lista forte e com um programa forte”, afirmou em declarações aos jornalistas.

Montenegro falava em Paços de Ferreira, onde terminou o conjunto de visitas que realizou a vários concelhos do distrito do Porto, no âmbito da iniciativa “Sentir Portugal”.

O presidente do PSD comentava a declaração que fez na sexta-feira à noite, em Amarante, uma autarquia liderada por uma coligação PSD/CDS desde 2013, quando, no seu discurso, se dirigiu a dirigentes democratas-cristãos presentes, sinalizando que aquele partido é o “parceiro preferencial” para coligações.

“O que significa [essa declaração] é uma coisa que nós assumimos: nós governamos muitas câmaras municipais, muitas juntas de freguesia e dois governos regionais com o CDS, portanto, é uma questão de respeito pelo nosso parceiro preferencial, porque é com eles que nós temos hoje responsabilidades de governação ao longo de todo o nosso território do ponto de vista municipal e do ponto de vista regional”, afirmou hoje.

O líder social-democrata recordou, ainda, que o PSD, desde o 25 de Abril, já esteve “em três períodos de governação associado ao CDS, com a Aliança Democrática, de Francisco Sá Caneiro e Francisco Pinto Balsemão, depois com Durão Barroso, e depois, também, com Pedro Passos Coelho”.

O "país real" que Montenegro vê vs o país de Costa e do PS

Fazendo o balanço destes dias dedicados ao distrito do Porto, Montenegro disse ter ficado com "um sentimento de preocupação e apreensão, porque há muitas matérias que preocupam a vida das pessoas e que o Governo, que está em funções há oito anos, não consegue resolver, em áreas fundamentais como a saúde, a educação, a agricultura e o apoio às empresas".

"O país que eu vou vendo na rua é muito diferente dos títulos dos jornais, às vezes mesmo daquilo que chega a casa por via da propaganda política, que hoje é o princípio e o fim do Governo do Partido Socialista", apontou. "É um país que não tem nada a ver com o país do dr. António Costa e do PS", reforçou.

"O país real, o país que todos os portugueses enfrentam, e aqui no distrito do Porto diariamente, não tem nada a ver com aquela pompa com que se fala sobre a economia, sobre o futuro, sobre a realidade. Porque, efectivamente, os últimos anos foram de grande asfixia fiscal, de impostos sempre a bater recordes e, ao mesmo, tempo de um definhamento de todos os serviços públicos essenciais", criticou.

Montenegro concluiu dizendo que o que observou no distrito nos últimos dias "é mais uma demonstração do falhanço desta governação".

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