A Adega Cartuxa, de Évora, foi o maior exportador em valor de vinhos europeus para o Brasil em 2022, com esse mercado a valer 20,8% da facturação anual de 23,6 milhões de euros.
João Teixeira, director da Adega Cartuxa, produtora vitivinícola propriedade da Fundação Eugénio de Almeida (FEA), explicou, à agência Lusa, e à margem da celebração dos 60 anos desta instituição, que a empresa bateu sempre "recordes de facturação" nos últimos cinco anos.
"Desde 2018, a Adega Cartuxa tem tido, consecutivamente, anos recordes de facturação, pela estratégia no mercado nacional, mas também pela estratégia definida para os mercados internacionais e para a exportação", disse o responsável, esta quinta-feira, durante o evento que decorreu no Páteo de São Miguel, sede da FEA, e que serviu também para apresentar vinhos e um azeite comemorativos dos 60 anos da fundação.
João Teixeira explicou que, a nível interno, a Cartuxa passou a abordar directamente a distribuição, sem intermediários, e aposta num determinado distribuidor para o canal HORECA.
Nas exportações, o Brasil, França, Estados Unidos da América, Angola e Macau / China são os cinco mercados mais importantes para a adega alentejana. No ano passado, a empresa atingiu os 23,6 milhões de euros de facturação, com as vendas brasileiras em destaque, a chegarem quase aos cinco milhões de euros, realçou João Teixeira.
Mercado brasileiro "cresce a dois dígitos"
O mercado do Brasil é importante para a Adega Cartuxa, frisou o director, precisando que, "em quase todas as geografias", o mercado de vinhos "está mais ou menos estável", mas "o brasileiro cresce a dois dígitos todos os anos".
"É um dos mercados que mais cresce em consumo no mundo" e, em 2022, a Cartuxa foi "o exportador número um de vinhos europeus para o Brasil", em valor, o que representou "cerca de 20% do nosso volume de negócios", congratulou-se.
João Teixeira indicou que, em volume, as vendas para o mercado brasileiro terão atingido "um milhão e meio de garrafas", mas o que interessa não é o volume, mas sim o preço médio a que cada uma dessas garrafas foi vendida. "O Brasil é um mercado onde o Cartuxa, o Pêra Manca, os vinhos de valor acrescentado, têm uma predominância maior. Por isso é que somos o exportador número um em valor", esclareceu.
Nesse país, em termos de vinhos europeus, predominam os portugueses, embora esteja "a haver um grande crescimento de vinhos espanhóis e alguns vinhos italianos", disse, insistindo na importância dos resultados de 2022: "Ultrapassámos [vinhos] históricos franceses, espanhóis e italianos".
Para este ano, o director da adega espera que a tendência de crescimento de vendas se mantenha e estima um aumento de facturação na ordem dos 10%. E, para 2024, os objectivos prosseguem optimistas: "Continuamos com uma tendência de crescimento muito sólida, muito consistente e temos tudo preparado para que, em 2024, assim continue".
Para assinalar os 60 anos da FEA, que se comemoram ao longo deste ano, a adega apresentou um conjunto de vinhos que vai estar à venda a partir de Novembro, uma edição limitada de oito referências Cartuxa — seis monocastas tintos, um tinto de lote e um branco de lote — e ainda um azeite.