Inflação em Espanha volta a subir, empurrada pelos preços da energia

Variação homóloga regista maior subida desde Junho de 2022 e ascende a 3,5%. Electricidade é o maior impulsionador da inflação e os carburantes também, em menor grau. Subjacente continua a descer.

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Pedro Sánchez (PSOE) poderá continuar na governação em Espanha Reuters/JUAN MEDINA
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Os preços em Espanha voltaram a registar em Setembro uma subida maior do que há um ano, com a taxa de inflação homóloga a situar-se nos 3,5%, subindo assim pelo terceiro mês consecutivo, empurrada sobretudo pelos preços da electricidade e dos combustíveis.

Pelo contrário, o índice de preços no consumidor subjacente, que exclui produtos mais voláteis como os combustíveis e também os alimentos, cai pelo segundo mês seguido, agora para 5,8%.

Os dados da inflação espanhola são os primeiros de uma série de resultados da zona euro que irão ser divulgados nas próximas horas e mostram que o aumento dos custos com a energia volta a pressionar o comportamento dos preços gerais, sugerindo que essa tendência, sustentada no preço crescente do barril de petróleo, por exemplo, é um indício de que a inflação vai continuar alta por mais tempo, obrigando o Banco Central Europeu a fazer o mesmo com as taxas de juro.

“Esta evolução deve-se, principalmente, ao incremento dos preços da electricidade, que diminuíram em Setembro de 2022. Também cabe destacar, ainda que em menor medida, a subida dos combustíveis, face à descida que tinha sido registada em Setembro do ano passado”, refere o Instituto Nacional de Estatística (INE) de Espanha, no comunicado desta quinta-feira.

Espanha era um dos países da zona euro com o valor mais baixo de inflação. Em Junho tinha chegado a 1,9%, abaixo da meta dos 2% para que apontam os objectivos do Banco Central Europeu. Tinha havido uma quebra drástica em Março, dado que a comparação era relativa ao primeiro mês pós-invasão russa da Ucrânia, mas tal tendência só se manteve no segundo trimestre de 2023.

Agora, a inflação homóloga conhece a sua variação mais acentuada, crescendo 0,9 pontos percentuais face ao valor de 2,6% registado em Agosto. Desde Junho de 2022 que esta subida não era tão pronunciada.

Ainda assim, o valor da inflação harmonizada (que permite comparar o índice de preços no consumidor entre países distintos) ficou nos 3,2% e ligeiramente abaixo das expectativas de analistas, que apontavam para 3,3%.

Estes resultados constituem a estimativa rápida, conhecidos um dia depois de o Congresso ter chumbado, pela primeira vez, a investidura do líder do PP, Alberto Nuñez Feijo, que venceu as eleições gerais de Agosto, mas cujo esforço de formação de um governo com apoio maioritário dos deputados está a esbarrar no facto de não haver uma maioria de direita.

Tal significa que o actual presidente do Governo, Pedro Sánchez (do PSOE, na foto), pode ter uma hipótese de reunir uma maioria parlamentar que lhe permita formar de novo um Governo e continuar no poder.

O INE espanhol divulgará os valores definitivos da inflação de Setembro a 13 de Outubro.

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