Polícia britânica investiga denúncias de agressão sexual contra Russell Brand
As autoridades não quiseram dar pormenores sobre as datas, o número de incidentes ou os detalhes dos crimes sob investigação.
O comediante Russell Brand vai ser alvo de uma investigação, anunciou a polícia britânica, num comunicado de segunda-feira, na sequência das denúncias de agressões sexuais vindas a público através da comunicação social e depois de pelo menos uma queixa ter dado entrada contra o também actor.
Brand foi acusado, inicialmente, de ter cometido uma série de agressões sexuais contra quatro mulheres, incluindo uma violação, entre os anos de 2006 e 2013, num trabalho de investigação publicado no Sunday Times e transmitido pelo Channel 4. No rescaldo, a Polícia Metropolitana de Londres recebeu uma queixa de uma quinta mulher, de um incidente de 2003, que terá ocorrido no Soho, no centro da capital britânica.
Mas, agora, as autoridades revelam que lhes chegaram “uma série de denúncias de crimes sexuais em Londres”. E acrescentam: “Também recebemos uma série de denúncias de crimes sexuais cometidos [por Russell Brand] noutros locais do país e vamos investigá-los.”
Brand, de 48 anos, rejeitou todas as acusações “muito graves”, declarando que, “apesar de promíscuas”, nunca teve relações sexuais sem consentimento.
Sobre os crimes que serão alvo de uma investigação, a polícia não quis dar pormenores sobre as datas, o número de incidentes ou quaisquer detalhes, reforçando estar disponível para acolher as queixas que lhe chegar. “Continuamos a encorajar qualquer pessoa que acredite ter sido vítima de um crime sexual, independentemente de há quanto tempo foi, a contactar-nos”, disse o superintendente Andy Furphy, que está a liderar a investigação.
Desde que as alegações foram publicadas e difundidas pela primeira vez, os meios de comunicação social britânicos têm apresentado outros relatos de mulheres que alegam comportamentos inadequados por parte de Brand, o ex-marido da cantora norte-americana Katy Perry e outrora um dos comediantes e radialistas mais importantes do país.
O caso levou também os seus promotores a anunciarem o adiamento das restantes datas de uma digressão de stand-up que estava a realizar, enquanto o YouTube disse na passada terça-feira que tinha impedido Brand de ganhar dinheiro com o seu canal online.
Brand acusou as “grandes empresas tecnológicas”, o Governo e os principais meios de comunicação social de tentarem acabar com as vozes independentes quando iniciou a sua emissão regular, na segunda-feira, no site de vídeos online Rumble, onde tem 1,6 milhões de seguidores e onde instou os seus fãs a subscreverem uma assinatura paga do site canadiano.
A emissão do Rumble, intitulada Estamos a ser silenciados!? A batalha pela liberdade de expressão!, foi vista por 832 mil pessoas, durante a qual Russell falou sobre “a guerra global dos media contra a liberdade de expressão” e encorajou os seus fãs a fazerem um donativo e a inscreverem-se no Rumble, onde podem pagar 60 dólares (56 euros) por ano pelo seu canal.
“Agora, em particular, tenho uma nova experiência sobre a forma como os meios de comunicação social e o Estado podem cooperar e corroborar as narrativas e histórias uns dos outros”, disse, embora não tenha feito qualquer referência directa às denúncias de agressão.
“Começo a sentir que, se questionarmos publicamente histórias importantes que estão na ordem do dia, como, por exemplo, a guerra na Ucrânia ou a resposta à pandemia da covid, parece que há um peso significativo por trás do controlo desses espaços narrativos.”
A plataforma canadiana Rumble rejeitou os apelos dos legisladores britânicos, entre outros, para que Brand, que também se notabilizou no grande ecrã, deixasse de ganhar dinheiro com o site.