Taxas Euribor voltam a subir em todos os prazos depois da decisão do BCE

Prazos a três e seis meses fixaram novos máximos desde Novembro de 2008.

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Nível das taxas Euribor voltou a agravar-se com decisão do BCE Manuel Roberto
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No primeiro dia após mais uma subida de juros por parte do Banco Central Europeu (BCE), as taxas a que está associada a grande maioria dos empréstimos à habitação subiram em todos os prazos. As subidas não foram tão expressivas como esta quinta-feira, quando o mercado antecipou a decisão do banco central, mas traduziram-se em novos máximos nos prazos a três e seis meses.

A taxa Euribor a 12 meses, a que está presente na maior fatia de empréstimos, cerca de 40%, subiu esta sexta-feira para 4,169%, mais 0,010 pontos que na quinta-feira, a aproximar-se novamente do máximo desde Novembro de 2008, de 4,193%, fixado a 7 de Julho.

De acordo com os dados divulgados pela Lusa, a taxa a seis meses reforçou o valor acima dos 4% atingidos esta quinta-feira, ao subir para 4,055%, mais 0,015 pontos do que na sessão anterior, e renovando novo máximo desde Novembro de 2008.

No mesmo sentido, a Euribor a três meses avançou 0,011 pontos face à anterior sessão, para 3,878%, também um novo máximo desde Novembro de 2008.

A subida das Euribor deixa muitas famílias com empréstimos da casa em dificuldades para acomodar o aumento das prestações. Entretanto, o Governo prepara a criação de um mecanismo para dar maior estabilidade a quem tem este tipo de encargos. Sem avançar detalhes, o ministro das Finanças, Fernando Medina, ainda hoje reafirmou estar “a trabalhar para estabilizar as prestações” do crédito à habitação, uma espécie de moratória, como se verificou na pandemia.

“O que o Governo está a fazer é precisamente criar um mecanismo para proteger mais estas famílias relativamente ao movimento dos juros, criar aqui uma situação de previsibilidade, de estabilidade, ao mesmo tempo que alargaremos o acesso à bonificação do crédito, isto é, aos apoios que damos àquelas famílias que, situando-se até determinado patamar de rendimento, estejam hoje numa taxa de esforço muito significativa”, disse Fernando Medina, à entrada para a reunião informal dos ministros europeus das Finanças, na cidade espanhola de Santiago de Compostela.

As taxas Euribor começaram a subir no início de 2022, a reflectir o aumento da inflação, mas acentuaram significativamente esse movimento depois de o BCE iniciar a subida das suas taxas directoras, como aconteceu esta quinta-feira, quando, em cima da mesa, também estava a possibilidade de uma pausa.

O BCE ainda não conseguiu reduzir a inflação para o nível pretendido, tendo feito mesmo uma revisão em alta das suas projecções para os próximos dois anos, mas deixou uma esperança de que o agravamento do custo do dinheiro pode ter terminado.

“Com base na sua avaliação actual, o conselho considera que as taxas de juro chave do BCE atingiram níveis que, se mantidos por um período de tempo suficientemente longo, irão dar uma contribuição substancial para o regresso da inflação ao objectivo”, lê-se no comunicado.

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