Sismo em Marrocos fez mais de dois mil mortos. Há dois portugueses feridos

Terramoto terá causado muitas vítimas em regiões montanhosas. Há dois portugueses feridos, ambos fora de perigo. Dos 300 identificados, 75 já disseram que querem voltar. Avião parte ainda hoje.

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Operações de resgate em Amizmiz, a sul de Marraquexe REUTERS/Abdelhak Balhaki
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A cidade de Marraquexe foi uma das áreas mais atingidas REUTERS/Abdelhak Balhaki
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Uma imagem partilhada nas redes sociais mostra os efeitos do sismo em Marraquexe Al Maghribi Al Youm/via REUTERS
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Em Rabat muitas pessoas procuraram a segurança das praças e espaços abertos EPA/Jalal Morchidi
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Em Rabat muitas pessoas procuraram a segurança das praças e espaços abertos EPA/Jalal Morchidi
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O número de vítimas mortais do forte sismo que abalou Marrocos na noite de sexta-feira subiu para 2012, de acordo com novo balanço do Ministério do Interior marroquino. Contam-se, até ao momento, 2059 feridos, dos quais 1404 estão em estado crítico. A maioria das mortes terá ocorrido em zonas montanhosas de difícil acesso. O sismo foi também sentido, com menor intensidade, em Portugal e Espanha.

Há registo de dois portugueses feridos, pai e filha. Ambos já receberam assistência hospitalar e encontram-se fora de perigo.

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De acordo com o Instituto Nacional de Geofísica de Marrocos, o sismo atingiu a magnitude 7,0 na escala de Richter e ocorreu na região de Marraquexe às 23h11, com epicentro perto da localidade de Ighil, situada a cerca de 80 quilómetros a sudoeste de Marraquexe — nas montanhas do Alto Atlas.​ Os dados do serviço geológico dos Estados Unidos (USGS) apontam para uma magnitude de 6,8 na escala de Richter e uma profundidade de 18 km.

Segundo o balanço da manhã, a província com mais vítimas registadas era Al Haouz, a sul de Marraquexe e próxima do epicentro, com 394 mortos. Seguia-se Taroudant (271 mortos), Chichaoua (91), Ouarzazate (31), Marraquexe (13), Azilal (11), Agadir (5), Casablanca (3) e Al Youssufia (1).

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Portugal e União Europeia já mostraram disponibilidade para apoiar Marrocos.​

Reuters,Joana Bourgard

Marraquexe é uma das localidades mais atingidas pelo abalo, com registo de vários edifícios colapsados no centro histórico, património mundial da UNESCO.

O abalo gerou pânico em cidades mais distantes do epicentro, como Casablanca, Rabat, Essaouira e Safi, e foi sentido em países próximos como Portugal, Espanha, Mauritânia e Argélia.

No território português, segundo o IPMA, o sismo foi sentido com intensidade máxima III/IV na escala de Mercalli modificada nos concelhos de Castro Marim, Faro, Loulé, Portimão, Vila Real de Santo António, Cascais, Lisboa, Torres Vedras, Vila Franca de Xira, Almada, Setúbal e Sines, e com menor intensidade nos concelhos de Coimbra, Albufeira, Olhão, Silves, Alenquer, Loures, Mafra, Oeiras, Sintra, Amadora, Odivelas, Santo Tirso, Vila Nova de Gaia, Santiago do Cacém, Seixal e Sesimbra.

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O sismo de sexta-feira é o mais violento registado em Marrocos nos últimos 120 anos. O último grande terramoto no país, um abalo de 6,3 graus de magnitude com epicentro em Al Hoceima, na costa do Mediterrâneo, matou mais de 600 pessoas em 2004. Em 1960, um violento sismo destruir Agadir e matou mais de 12 mil pessoas.

Em Asni, uma aldeia perto do epicentro, nas montanhas do Atlas, Montasir Itri disse à Reuters que a maioria das casas ficou danificada. “Os nossos vizinhos estão sob os escombros e as pessoas estão a tentar resgatá-los usando os meios disponíveis na aldeia”, disse.

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Mais a oeste, perto de Taroudant, o professor Hamid Afkar disse que fugiu de casa e que sentiu abalos secundários. "A terra tremeu durante cerca de 20 segundos. As portas abriram e fecharam sozinhas enquanto eu descia as escadas a correr, desde o segundo andar", disse ele.

As Nações Unidas já mostraram disponibilidade para ajudar o Governo marroquino nos “seus esforços para ajudar a população afectada”, disse o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, num comunicado.

MNE pede a portugueses em Marrocos que entrem em contacto

Em conferência de imprensa esta tarde, o ministro dos Negócios Estrangeiros João Gomes Cravinho fez saber que há dois portugueses feridos, pai e filha, e que ambos já receberam assistência hospitalar e que se encontram fora de perigo.

Já foram identificados 300 portugueses na região e 75 já manifestaram a vontade de regressar a Portugal. Em comunicado enviado às redacções esta noite, o MNE informou que um avião saiu de Portugal em direcção a Marraquexe "de onde deverá voltar ainda esta noite".

Durante a manhã o Ministério dos Negócios Estrangeiros português, em comunicado, sublinhava que está em contacto com os cidadãos portugueses no país, "em particular na zona do epicentro sísmico" e mostra a "sua total solidariedade para com as autoridades e população marroquinas". O gabinete do ministro João Gomes Cravinho dá conta de que "todos os portugueses com quem, até ao momento, foi estabelecido contacto encontram-se bem, não tendo reportado problemas de saúde ou danos materiais substantivos".

"O governo português está a acompanhar a situação em permanência, recolhendo toda a informação necessária, especialmente a respeitante aos cidadãos portugueses no território. Importa sublinhar que as comunicações em território marroquino estão condicionadas", pode ainda ler-se na nota às redacções. Relembra-se o número do Gabinete de Emergência Consular +351217929714/+351961706472.

Casas danificadas em Marraquexe

Em Marraquexe, algumas casas desabaram e as pessoas reuniram esforços para remover os escombros enquanto esperavam por equipamento pesado que facilitasse as operações, disse Id Waaziz Hassan, um habitante da cidade, à Reuters.

Imagens da muralha medieval da cidade mostram grandes fissuras numa secção e partes que desabaram.

Brahim Himmi disse à Reuters ter visto ambulâncias a sair da cidade e muitas fachadas de edifícios danificadas. Referiu ainda que as pessoas estavam assustadas e que iriam permanecer no exterior para o caso de haver outro sismo.

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Balanço provisório indica que terão morrido mais de mil pessoas no sismo sentido na região de Marraquexe. 

Reuters,Joana Bourgard

"O lustre caiu do tecto e eu fugi. Ainda estou na estrada com os meus filhos e estamos com medo", disse Houda Hafsi, de 43 anos, em Marraquexe.

Dalila Fahem disse que havia fissuras na sua casa e danos nos seus móveis. “Felizmente eu ainda não tinha adormecido”, disse ela.

Pessoas na capital Rabat, cerca de 350 km do norte de Ighil, e na cidade costeira de Imsouane, cerca de 180 km a oeste, também fugiram das suas casas, temendo um sismo com maior intensidade, segundo testemunhas ouvidas pela Reuters.

Em Casablanca, cerca de 250 quilómetros a norte de Ighil, as pessoas que passaram a noite nas ruas estavam demasiado assustadas para regressar às suas casas.

“A casa abanou agressivamente, todos ficaram com medo”, disse Mohamed Taqafi. “Achei que só a minha casa estava a abanar porque é frágil e velha. Ouvi pessoas a gritar, todos saíram das suas casas." Com Agências

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