Álvaro Beleza: “Francisco [Assis] daria um excelente Presidente da República”

O médico, socialista e presidente da Sedes defende que o Mais Habitação irá apenas “atenuar” a situação vivida no país e considera ser necessário baixar a carga fiscal para tornar Portugal atractivo.

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É "saudável" que os partidos tenham vários candidatos à Presidência, defende Álvaro Beleza Nuno Ferreira Santos
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O socialista Álvaro Beleza, presidente da Sedes, não deseja que o PS tenha um só candidato presidencial. Lança Francisco Assis como presidenciável pelas suas qualidades, mas também por uma razão pessoal: “Quem não gostava de ter um amigo Presidente?

Ficou surpreendido quando Luís Marques Mendes anunciou que poderá vir a candidatar-se à Presidência da República?
Confesso que fiquei, como toda a gente. Mas, por outro lado, é normal porque vai ser a corrida talvez mais imprevisível desde a história da democracia. O anúncio foi cedo, até porque estamos a meio de um mandato presidencial. Não é elegante para o actual Presidente da República já estar a discutir o sucessor. E, por outro lado, vai haver eleições europeias, que podem ter consequências na própria entrada ou saída de candidatos. É um bocadinho cedo.

Enquanto socialista, espera que o PS se consiga unir e focar o seu apoio num só candidato?
Não espero nem o desejo. Porque as eleições presidenciais são unipessoais, não são de um partido. E dos vários partidos já houve várias candidaturas. No PS, aliás, é tradição ter vários candidatos. Por exemplo, Alegre e Soares. E isso é saudável, porque os partidos devem dar liberdade aos militantes.

Como vê uma possível candidatura de Francisco Assis?
Vejo bem. Acho que o PS tem vários militantes capazes com perfil para se candidatarem. Entrei no mesmo dia que o Francisco Assis no PS e sou amigo dele até hoje. Acho que o Francisco daria um excelente Presidente da República. E não há muitos no PS melhores que ele. Haverá outros, mas quem é que não gostava de ter um amigo Presidente?

No que toca a medidas fiscais, há actualmente uma disputa entre PS e PSD. Enquanto presidente da Associação para o Desenvolvimento Económico e Social​ (Sedes), como que vê isto?
A Sedes há anos que fala na questão da competitividade fiscal do país. Portugal tem de ser atractivo do ponto de vista fiscal: ter uma carga fiscal mais baixa e competitiva. Acho bem que isso tenha entrado no debate público. O PS e o ministro das Finanças – e bem – vão nesse caminho. O Governo já disse que irá haver diminuição da carga fiscal. O PSD apresentou também uma proposta mais ambiciosa, algo que acho muito positivo. Portugal tem de ser competitivo com Espanha. O que a Sedes defende é que todos os impostos (IVA, IRS, IRC) deviam ser taxas pelo menos 1% abaixo das espanholas, porque é o nosso competidor directo. E isto não acontece. Temos impostos mais altos do que os espanhóis em tudo.

Considera que o pacote Mais habitação terá o efeito desejado?
O pacote [Mais Habitação] pode atenuar, mas é como um médico quando dá uma aspirina. O estado devia construir mais habitação e pôr no mercado habitação para arrendamento só a jovens. É preciso construir milhares de casas para arrendar a jovens a preços baratos. A construção demora tempo, mas tem de se começar. Isto não se vai resolver amanhã!

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