“Até há poucos anos, ninguém queria visitar-nos. Nem um alemão vinha cá passear. Era só minas, fábricas, poluição.” Quem fala assim é Stephan Haas, um dos nossos guias por esta zona “renaturalizada”, por entre Essen e arredores, tal como a região em que se encontra, o Ruhr, na Renânia do Norte-Vestefália, chegada a ser a maior região industrial europeia. O embate com esse passado chega por vários sentidos. “O rio era tão mal-cheiroso!, podia sentir-se o cheiro a quilómetros”, dir-me-á Ramona Mohr, guia por uma cidadela industrial tornada verde onde um marcante gasómetro é agora um centro cultural, a propósito do Emscher, rio alvo de uma das maiores recuperações do mundo e que durou três décadas. “Aqui à volta era tudo fumo e cinza”, lembra. “Quando a mina estava a funcionar, era tudo quente, fogo, céus vermelhos”, contar-me-á mais tarde Hanna Lohmann, representante do maior ícone de Essen e da região, a mina de Zollverein, gigantesco território onde a mineração parou e que agora se vai ocupando de outras artes e indústrias — é aqui que fica a “Torre Eiffel local”, uma imponente e preservada estrutura, entrada e postal da nova Essen e do Ruhr.
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