Marques Mendes admite candidatar-se à Presidência da República
“Se eu vir que tem alguma utilidade uma candidatura minha, e que tenho o mínimo de condições para o concretizar, sou franco: tomarei essa decisão”, disse o antigo líder do PSD na SIC.
Luís Marques Mendes, antigo presidente do Partido Social Democrata (PSD), já não descarta a hipótese de se candidatar a Belém. "Se um dia achar que, com uma candidatura à Presidência da República, posso ser útil ao país, que é isso que conta, ter utilidade para o país, tomarei essa decisão", declarou, neste domingo, no seu habitual espaço de comentário na SIC.
"Se eu vir que tem alguma utilidade uma candidatura minha, e que tenho o mínimo de condições para o concretizar, sou franco: tomarei essa decisão", disse. "Se não houver esses requisitos, não haverá decisão nenhuma. E também estará tudo bem", acrescentou. "Não é uma questão de feira de vaidades", afirmou, mas antes "uma decisão mesmo muito pesada".
Marques Mendes diz não ter havido até ao momento qualquer contacto com o actual líder do PSD, Luís Montenegro, sobre as presidenciais de 2026, mas afirma que uma eventual decisão de se candidatar será "livre e pessoal", e independente de qualquer entendimento com o presidente social-democrata. Mas, ressalvou, "ainda falta muito tempo" para esse momento.
"Estamos a uma eternidade das eleições presidenciais", disse Marques Mendes, que garantiu que "neste momento não há decisão, nem sequer inclinação".
As declarações deste domingo vincam a evolução do discurso do antigo líder social-democrata em relação a uma hipotética candidatura a Belém. Em 2020, em entrevista ao PÚBLICO, Marques Mendes dizia que o cenário não estava "minimamente" nas suas "prioridades, ideias, ambições ou horizontes". Há precisamente um ano, em 2022, na Universidade de Verão do PSD em Castelo de Vide, reforçou que não equacionava "qualquer candidatura, seja essa, seja a outro cargo qualquer".
Já em Março de 2023, numa conversa para um podcast do Expresso, e pressionado sobre uma eventual candidatura, Marques Mendes achou prematuro falar das presidenciais de 2026 mas não deu por encerada a questão, remetendo-a na altura para "daqui a ano e meio". Ou seja, para 2024 ou 2025.
Membro do Conselho de Estado, Luís Marques Mendes liderou o PSD entre 2005 e 2006, sucedendo a Pedro Santana Lopes. Foi deputado à Assembleia da República durante seis legislaturas, presidindo ao grupo parlamentar do PSD entre 1996 e 1999, e exerceu funções governativas nos executivos de Cavaco Silva e de Durão Barroso - neste último, foi ministro dos Assuntos Parlamentares.