Quatro mortos em tiroteio na Florida. Crime teve “motivação racial”

Atirador já tinha escrito “manifestos” de teor racista, e pôs termo à própria vida após o ataque. As primeiras investigações indicam que o ataque assinalou outro, também em Jacksonville.

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Aparato policial nas imediações do local do crime Reuters/BOB SELF/USA TODAY NETWORK

Três pessoas foram mortas a tiro este sábado em Jacksonville, no estado norte-americano da Florida. O suspeito, que de seguida colocou termo à própria vida, terá agido por "motivações raciais", dizem as autoridades.

De acordo com o chefe do departamento policial de Jacksonville, o autor do ataque era um "homem branco com 20 e poucos anos" e terá agido sozinho. Entrou com duas armas numa loja da cidade onde se barricou depois de disparar contra dois homens e uma mulher. Todas estas vítimas mortais são negras. O ataque aconteceu pelas 14h locais (19h em Portugal continental).

"Este crime teve motivações raciais. Ele odiava pessoas negras", afirmou o xerife de Jacksonville, T.K. Waters, adiantando que o atirador já tinha escrito "vários manifestos" racistas e que deixou provas que evidenciam a sua "nojenta ideologia de ódio", como o uso de cruzes suásticas. Aliás, uma das armas utilizadas continha esse símbolo. As primeiras investigações, citadas pelo Guardian, permitem concluir que o ataque serviu para assinalar o 5.º aniversário de um outro, ocorrido também em Jacksonville, e no qual o atirador também se suicidou depois de matar duas pessoas. O FBI está também a investigar as motivações do atirador.

Antes de sair de casa, o jovem enviou uma mensagem para que o pai verificasse o seu computador. Face aos manifestos, a família contactou as autoridades de emergência (991), mas o ataque já havia começado.

O governador da Florida, Ron DeSantis, candidato às primárias republicanas para as presidenciais de 2024, já condenou o ataque, qualificando-o de "cobarde" e assinalando as "motivações raciais" do presumível autor.

"Suicidou-se em vez de aceitar a responsabilidade pelos seus actos. Ele escolheu o caminho mais cobarde", disse DeSantis.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também foi informado da situação, segundo a Casa Branca.

Só em 2023 já foram registados nos Estados Unidos 470 tiroteios em massa (em que quatro ou mais pessoas foram mortas ou feridas, de acordo com o Gun Violence Archive).