Kremlin responde às acusações do Ocidente e nega ter dado ordens para matar Prigozhin

Analistas ocidentais acreditam que a queda do avião não se tratou de um acidente. Provas mostram que o avião se desfez durante o voo, reforçando a hipótese de que terá havido uma explosão.

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Acidente acontece dois meses após a rebelião do grupo Wagner EPA/ANATOLY MALTSEV
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O Kremlin negou ontem estar envolvido na morte do líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin (Ievgueni Prigojin na transliteração portuguesa), respondendo a acusações vindas de países ocidentais. A Rússia não confirma sequer a morte de Prigozhin, alegando serem necessários testes definitivos para confirmar a identidade das vítimas.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, falou em “muita especulação” em torno do acidente de avião, que aconteceu na quarta-feira. “Tudo isto é uma mentira absoluta e aqui, quando abordam este assunto, é necessário basearem-se nos factos. Não há ainda muitos factos. Precisam de ser apurados no decurso da investigação”, afirmou, citado pela Reuters.

De acordo com as autoridades russas, a caixa negra do avião já foi encontrada e levada para análise e os dez corpos também foram transladados, mas, diz a BBC, é pouco provável que haja novas informações da investigação nos próximos dias.

A identidade dos dez passageiros que seguiam no avião ainda não foi revelada — apesar de Putin, quinta-feira, ter falado de Prigozhin como se fosse um dos mortos. No entanto, o Ministério da Defesa do Reino Unido considera ser “altamente provável” que o líder do grupo mercenário tenha morrido. Também o porta-voz do Pentágono disse que essa possibilidade é sustentada pela “avaliação inicial baseada em vários factores”.

Prigozhin transformou-se em inimigo do Kremlin depois de ter liderado uma rebelião do Grupo Wagner contra a liderança militar russa, que provocou uma crise na segurança interna do país.

A tese de que o avião não caiu por acidente vai ganhando peso com provas de que a aeronave foi danificada durante o voo, depois de uma das suas asas ter sido encontrada a cerca de três quilómetros de distância do local onde se despenhou o Embraer Legacy. “O avião desfez-se claramente durante o voo depois de ter acontecido algo catastrófico a grande altitude”, afirmou Jezz Guzzetti, especialista em aviação e colaborador da NBC News, acrescentando que quando o avião atingiu o solo “faltavam partes das asas”.

Os serviços secretos norte-americanos consideram que a causa mais provável do acidente tenha sido sabotagem. O New York Times cita fontes dos serviços secretos a dizer que o avião se despenhou depois de uma explosão a bordo.

Segundo a BBC, os círculos militares do Reino Unido acreditam que agentes do Serviço Federal de Segurança (FSB), os serviços secretos russos, herdeiros do KGB, poderão ter sido os responsáveis, depois de o líder do Grupo Wagner se ter tornado num alvo a abater.

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