White Rose, uma história de amor à Rosa na Zambujeira do Mar
Com o mar da Zambujeira nos olhos, o White Rose é um alojamento local com quartos e suítes. Aposta no ambiente familiar, mas com retoques de hotel. E numa piscina de vistas largas.
Nasceu de um sonho e de uma promessa. A mãe, Rosa, morreu antes de ter realizado o desejo de ver ali, naquele lote colado às dunas, com o mar e as falésias no horizonte, o seu alojamento local. O pai, Lionel, jurou que não havia de morrer sem ver cumprido o sonho da mulher. E, depois de uma grande relutância, Sandra Figueirinhas, cujos pais passaram boa parte da vida a trabalhar para o turismo com restaurante e pensão, acabou por se resignar e abraçar o projecto, mas decidida a “criar um conceito diferente e que se destacasse da concorrência”.
Foi assim que nasceu o White Rose Boutique, na Zambujeira do Mar, concelho de Odemira, com uma capacidade máxima para 14 pessoas e imbuído de um espírito de romantismo (apenas são bem-vindos adultos), que tece um convite à contemplação, com alguns dos sete quartos a oferecerem vista mar (há também vista jardim) e com uma decoração em que “tranquilidade e paz” são as palavras-chave. “No dia-a-dia, estamos sempre focados em trabalho, trabalho, trabalho. Mas aqui é para dançar, namorar, inclusive para a pessoa que estiver sozinha e pronta a namorar com ela mesma.”
A nota dominante é o silêncio, pontuado pela música do mar, uma orquestra ou outra de passarada, a brisa nas areias. Pilares que ajudam a uma estada revigorante e permitem admirar muitos postais ilustrados com as formas que dão lugar à praia de Nossa Senhora, logo ali “a dois passos” — acessível, mas com quase 200 degraus.
Toda a decoração do projecto, erigido sobre uma tela pintada a branco, foi pensada para o bem-estar, com a praia como mote. Há madeiras claras, cordas, palhas, sendo que muitas das peças são únicas, imaginadas e construídas por Sandra Figueirinhas, das mesinhas de cabeceira aos candeeiros. Também a origem do mobiliário não foi descurada, assim como os produtos de higiene, com a intenção de imprimir uma nota de qualidade e de origem portuguesa. Do mesmo modo, na hora de escolher as roupas de cama preferiu apostar em tecidos de boa qualidade, de 180 fios. “Fui às fábricas escolher as roupas da cama porque não queria um tecido qualquer; queria que a pessoa entrasse na cama e sentisse a diferença.”
Essa diferença é perceptível assim que se entra no edifício, onde, muitas vezes, se é recebido pelo aroma de uma fornada de bolinhos acabada de sair. E, não raras vezes, os bolinhos integram os mimos que nos esperam no quarto, assim como fruta da época e uma máquina de café, sendo a bebida oferta. De destacar ainda o pequeno-almoço farto, preparado por Sandra, entre bolos acabados de fazer, sumos, fruta e outros acepipes caseiros.
Os quartos primam por serem espaçosos e com uma decoração que promove a sensação de desafogo (são todos diferentes, mas mesmo o mais pequeno não deixa de ser suficientemente amplo para não nos sentirmos acanhados), engrandecida quando se correm as cortinas que deixam a descoberto, em alguns casos, uma imensidão de azul mar a perder de vista.
O primeiro esboço da estrutura a erigir no lote foi imaginado por Sandra, inspirada por um dos hotéis onde ficou e pelo qual se apaixonou, o Areias do Seixo, em A dos Cunhados, Torres Vedras. Mas, enaltece, o produto final é resultado da “ajuda incrível” de dois arquitectos seus amigos, João Reis e Manuela Afonso.
E no topo, claro, a cereja, a piscina: voltada para o mar e com um espaçoso deck, que convida a tardes prazenteiras, mais ainda por altura do Verão, deixando-nos a saborear o sol salgado a acariciar a pele doce. Ideal para a refrescar, a sua dimensão permite ainda assim umas braçadas ou uns mergulhinhos, sempre com a linha do mar no olhar.
Entre os clientes do White Rose, conta Sandra Figueirinhas ao PÚBLICO, há muitos portugueses, mas também alemães (cuja língua a proprietária domina por ter nascido no país para onde os pais emigraram), franceses, americanos… Por isso, apesar de ter abraçado, para já, a ideia de se fixar na aldeia, hoje é o mundo que viaja ao seu encontro.
A Fugas esteve alojada a convite do White Rose Boutique