PSP registou 807 burlas em arrendamento até Julho

Desde 2016, registaram-se 4367 burlas relacionadas com o arrendamento de habitações para férias. Por vezes, os inquilinos pagam para garantir a reserva de um imóvel que não existe ou já foi arrendado.

Foto
No ano passado registaram-se 1214 denúncias, que resultaram em danos patrimoniais superiores a 750 mil euros para as vítimas Nuno Ferreira Santos

A PSP registou no primeiro semestre deste ano 807 denúncias de burlas em arrendamento, que já originaram prejuízos para as vítimas superiores a 500 mil euros, indicam dados divulgados este sábado.

Num balanço sobre burlas, em que é feito também um alerta para o problema, a PSP diz que entre 2016 e Julho deste ano foram registadas 4367 denúncias de burlas relacionadas com arrendamento de residências, nomeadamente habitações temporárias para férias.

No ano passado registaram-se 1214 denúncias, o número mais elevado, que resultaram em danos patrimoniais superiores a 750 mil euros para as vítimas.

Os dados da polícia indicam que no ano de 2016 foram registadas 244 denúncias, que aumentaram para 347 no ano seguinte e para 505 em 2018. Nos três anos seguintes os números foram mais baixos mas dispararam no ano passado para 1214, uma tendência que se mantém este ano dado que de Janeiro a Julho já se registaram 807 denúncias.

Em comunicado, a PSP explica que o tipo de burla mais comum é aquele em que os inquilinos são levados a pagar, de forma antecipada, o valor do arrendamento ou um sinal, para garantir a reserva do imóvel, que ou não existe sequer ou já foi arrendado a múltiplas vítimas para o mesmo período.

Os casos mais comuns resultam de pesquisas na internet ou em classificados de jornais para casa de férias. A PSP diz que o esquema fraudulento inclui até fotografias do prédio e morada, com as vítimas a perderem o sinal que adiantaram quando percebem que não é possível arrendar o imóvel em questão.

A PSP aconselha cuidado na procura, atenção a anúncios com preços abaixo do valor de mercado, e confirmação de que não há burlas associadas a determinado imóvel.

A polícia aconselha ainda que sejam pedidos dados adicionais sobre a habitação, atenção a pormenores, verificação de correspondência entre dados do banco e dados do proprietário ou empresa anunciante, e cancelamento de transferência em caso de suspeita de fraude.

Afirmando que está atenta ao fenómeno, a PSP apela para que todas as pessoas que sejam vítimas, ou tenham conhecimento deste tipo de crime, façam rapidamente uma denúncia numa esquadra da polícia.