Oito meses depois de ter sido banido do Twitter por causa de publicações que incitavam à violência e ao anti-semitismo, Ye, rapper e designer anteriormente conhecido como Kanye West, tem, desde sábado, a sua conta reactivada na rede social X, anteriormente conhecida como Twitter.
A decisão partiu de Elon Musk, detentor da plataforma desde 2022, o mesmo que em Dezembro resolveu suspender a conta do rapper por “violar as regras de incitamento à violência” do então Twitter. No post de despedida, o músico deixou uma fotografia do magnata de Hollywood Ari Emanuel a mandar água para a nuca de Musk, escrevendo: “Lembremo-nos sempre disto como o meu último tweet #ye24”.
Segundo a agência Reuters, a X restabeleceu a conta de Ye depois de ter a garantia de que o artista não usaria a rede social para partilhar linguagem anti-semita ou preconceituosa. O artista não fez ainda nenhuma publicação.
Nem a X nem Musk comentaram publicamente o porquê de terem revertido a decisão tomada no ano passado. Em Novembro, o bilionário já havia restabelecido a conta de Donald Trump, após ter promovido uma sondagem de 24 horas na rede social, com 51,8% de votos a favor do regresso ao Twitter do ex-presidente dos Estados Unidos, que tem em Ye um fervoroso apoiante. “O povo falou. Trump será reintegrado. Vox Populi, Vox Dei [A voz do povo é a voz de Deus],” anunciou então Elon Musk no Twitter.
Entre os muitos posts a incitar ao discurso de ódio, que foram valendo castigos temporários nesta e noutras redes sociais, Ye elogiou várias vezes Hitler, defendeu o genocídio do povo judeu, disse que a escravatura "foi uma escolha" e publicou uma imagem de uma suástica, símbolo nazi, entrelaçada com uma estrela de David, símbolo judaico.
Posições que lhe têm custado o respeito do meio musical e, pelo menos, parte da sua carreira: a Adidas cortou relações com o artista após uma parceria de sucesso de quase uma década, tal como as marcas Gap e Balenciaga.